domingo, 29 de novembro de 2009

AS VÁRIAS FACETAS DA ADULAÇÃO E DA LISONJA

Um “tapinha” nas costas e várias palavras que, num primeiro momento, soam como verdadeiras: “Parabéns! Você é demais! Que bom ter você em nossa equipe! Você é perfeito! Sua palavra foi excelente, não vacilou em nada!”

Uma pessoa que ouve tais palavras e que não tenha maturidade espiritual e humildade para reconhecer que a honra pertence a Deus, com toda certeza se “encherá” e poderá até "explodir" de tanto orgulho de si mesmo. Essa é a conseqüência da lisonja. Ela provoca em muitas pessoas a sensação de altivez e até soberba.

Para quem nunca havia reparado nesta palavra, é bom começar a percebê-la nos lábios daqueles que demonstram uma atitude à sua frente, mas por de trás a intenção do coração é outra, é maligna.

Lisonja é uma palavra que define falsidade, pois nem sempre ela traduz a realidade do coração de quem a faz. Talvez você tenha passado pela constrangedora situação de receber um “tapinha” nas costas de alguém que você sabe (e muito bem) que não torce por você, que lhe inveja e, de repente, chega lhe bajulando, tecendo inúmeras palavras “carinhosas”, mas por trás deseja a sua derrota, o seu fracasso. Talvez esse alguém até tenha algumas críticas para lhe fazer, mas não as faz porque não quer ver você crescer.

Existe uma grande diferença entre os vocábulos elogiar e lisonjear. Segundo o Dicionário Universal – Língua Portuguesa “lisonja” é bajulação, adulação, mimo. Ao contrário de “elogiar” que quer dizer falar bem de; enaltecer; exaltar; louvar o feito de alguém.

Não há problema quando elogiamos uma pessoa. É certo e devemos honrar àqueles que se esforçam na vida, que conquistam algo. Entretanto, devemos tomar cuidado para não sermos bajuladores e nem nos condescender com as lisonjas.

O poeta alemão Friedrich Rückert disse certa vez: “Nada te é mais perigoso que a adulação; tu sabes que ela é falaz, e, contudo, crês nela”. A frase de Friedrich expressa com clareza a malícia que se esconde por trás de uma lisonja, por trás daquele que chega para dar um “tapinha” nas costas com intenção de demonstrar felicidade pela conquista do próximo, quando na verdade deseja a sua ruína.

Muitos gostam de bajulação. Apóiam sua vida diária nas lisonjas que outrem lhes fazem. Pessoas assim, comumente, realizam feitos para que os homens vejam, e não para serem vistos e agraciados por Deus. Mal sabem eles (ou fingem não saber) o dano que estão trazendo para si mesmos. Mais vale uma crítica construtiva, que o ajudará no seu crescimento, fazendo-lhe aprender e corrigir os erros cometidos, do que um “tapinha” nas costas que poderá lhe aniquilar, levando-o até mesmo a se corromper.

Existem pessoas que estão tão acostumadas a serem bajuladas, que no dia em que fazem alguma coisa e ninguém os repara, ficam deprimidas, tristes. Esta é a diferença. Aquele que firma a sua vida em fazer a vontade de Deus e para Deus, não se sente frustrado, pois sabe que a recompensa vem do Pai Celestial.

Algo que deve ficar claro para cada um de nós, é que não devemos apoiar qualquer área de nossa vida, em reconhecimento humano. Aquele que procura ser visto por homens, não alcança a vitória em Deus. Quando somos reconhecidos por Deus, certamente seremos honrados pelos homens, pois Deus é justo e tudo vê.

Cabe aqui, o versículo de Provérbios, (capítulo 25, verso 27), que diz: Comer muito mel não é bom; não multipliques, pois, as palavras de lisonjas. Em outras traduções bíblicas está escrito: Comer mel não é bom; assim procurar a própria honra não é honra.


Que palavra maravilhosa do sábio Salomão!

Por meio dela aprendemos grandes lições, entre elas, exatamente o fato de alguém procurar ser lisonjeado, bajulado pelos homens, e também buscar a sua própria honra, sem esperar o reconhecimento que vem de Deus.

Talvez você possa se perguntar: “Por que a comparação com o ‘mel’?” Pense comigo: o mel adoça, não é mesmo? Com este versículo Salomão adverte sobre o “mel” (as palavras, as lisonjas), que algumas pessoas colocam na boca dos outros. Cuidado com esse “mel”, pois por trás das palavras “doces” de muitas pessoas, pode existir o gosto amargo do fel.

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