segunda-feira, 23 de novembro de 2009

ANÁLISE DO PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DA PERSONALIDADE DO APÓSTOLO JOÃO

Define-se personalidade como tudo aquilo que distingue um indivíduo de outros indivíduos, ou seja, o conjunto de características psicológicas que determinam a sua individualidade pessoal e social. A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo.
O termo deriva do grego persona, com significado de máscara, designava a "personagem" representada pelos atores teatrais no palco. O termo é também sinônimo de celebridade. Pode-se definir também personalidade por um conceito dinâmico que descreve o crescimento e o desenvolvimento de todo sistema psicológico de um indivíduo, outra definição seria: a organização dinâmica interna daqueles sistemas psicológicos do indivíduo que determinam o seu ajuste individual ao ambiente. Mais claramente, pode-se dizer que é a soma total de como o indivíduo interage e reage em relação aos demais.

Ao fazermos uma análise interessante e pertinente da personalidade do Apóstolo João, antes e depois de conhecer Jesus, acreditamos que o processo de transformação da personalidade de João é muito útil e proveitosa para cada um de nós.

Todos têm um conceito de que João foi o mais dócil dos discípulos, o que não corresponde à realidade. Ele transformou-se ao longo da vida, num ser humano repleto de amor, mas, antes de encontrar Jesus e durante a sua caminhada com Ele, a sua emoção flutuava como um pêndulo. João era um adolescente. Tinha momentos de brandura alternados com reações de intensa agressividade. Tinha momentos de simplicidade alternados com intolerância. Ele foi o único que propôs excluir os opositores.

Mas, paulatinamente, João começou a mudar, graças à sua convivência com o Mestre Jesus.

Ele tinha uma enorme capacidade de observar detalhes. Fotografava os comportamentos de Jesus nos solos da sua memória como um fotógrafo profissional que observa luz, sombra, espaço. Desde cedo, percebeu que Jesus não tolerava a agressividade (...) Tinha de aprender a arte do perdão, a suportar críticas, a receber um "não", a enfrentar injustiças(...) João bebia continuamente da afetividade e da sabedoria de Jesus(...)

O tempo passou e foi contagiado pelo amor de Jesus. Começou a olhar as pessoas com os olhos do coração. Olhava-as além da cortina dos seus comportamentos. Passou a entender que, por detrás de uma pessoa agressiva, falsa, arrogante, havia alguém em conflito, que teve uma infância infeliz. Desse modo, a intolerância foi dando espaço à gentileza. O julgamento precipitado foi dando lugar à compreensão. A indiferença foi substituída pela sublime preocupação com a dor dos outros. Tinha aprendido a navegar noutras águas, nas águas da emoção.

Com Jesus, poderia enfrentar dificuldades maiores do que as tempestades do mar, mas a sua vida só teria sentido se estivesse ao lado do seu Mestre. João encorajou os cristãos a cortarem as amarras do egoísmo irracional e a aprenderem a doar-se uns aos outros como Jesus se doara a eles (...) Para João, quem não ama não conhece a Deus. Uma pessoa pode ter cultura teológica e aparente espiritualidade, mas se não amar, a sua vida é teatral e vazia.

Para ele, o verdadeiro amor rompe a prisão do medo. Que tipo de medo? O medo do amanhã, do desconhecido, de ser criticado, de ser incompreendido, de empobrecer, de contrair doenças, de morrer, de ser punido por Deus.
O medo rouba a tranqüilidade, mas o verdadeiro amor apazigua as águas da emoção e produz paz.


Adaptado: O Mestre Inesquecível - Augusto Cury

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