sábado, 26 de fevereiro de 2011

ALERTE-SE PARA O VIRÚS LUCIFERIANO


Os Sete Pecados Capitais.

Orgulho; Inveja; Ira; Preguiça; Avareza; Gula; Luxúria.

Informações Importantes.


Não existe uma lista dos 7PC na bíblia sagrada. A idéia dos 7PC surgiu no século IV, através do Movimento Monástico. Após a suposta conversão de Constantino o cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano... A maioria dos cargos públicos era destinada a pessoas cristãs, logo, todos queriam ser cristãos, porém, sem uma verdadeira rendição ao senhorio de Cristo.

O cristianismo começou a ser banalizado... Também o casamento da Igreja com o Estado enfraqueceu a missão profética da igreja e a corrupção passou a ser mais comum. Alguns homens piedosos, então, decidiram fugir deste contexto confortável e ameaçador. Tais homens se dirigiram para os desertos (do Egito) à procura de reclusão e santificação, daí os mosteiros.

O Monge Evágrio do Ponto foi o primeiro a identificar e conceitualizar os 7PC. Um dos seus discípulos, Cassiano, foi quem trouxe a lista para o Oriente. E no sec. VI, o Padre Gregório Magno consolidou a lista clássica que passou a integrar o Catecismo do Catolicismo Romano. Posteriormente a lista foi revisada e mais à frente, no sec. XVII, definitivamente estabelecida. Hoje ela é parte essencial do Catecismo Católico.

O que são os Pecados Capitais?

São os chamados pecados graves, mortais, fatais.
São capitais por serem a fonte de outros pecados (os chamados pecados veniais ou menos graves).

Exemplo.:

Ira (capital) gera vingança (venial)... Orgulho gera facção... Preguiça gera comodismo.

Portanto, são capitais não apenas por serem fatais, mas também por governarem outros...

I. Orgulho.

Tomaz de Aquino (1400 -1500) considerava o orgulho como o mega pecado ou o pai dos pecados... Ele chamava-o de vanglória.

Vanglória = Vão; Vazio. Ou glória no que é vão.

Segundo Aquino:

1. Vanglória é aquilo que não tem substancia; é falso... Tem haver com a busca da glória em nós. Glória esta que não temos, pois não temos conteúdo/substancia própria. Tudo que temos é derivado.(I Co.4:7.).

2. Vanglória é aquilo que não tem consistência/solidez... É Efêmero; passageiro; finito. (Tg.4:14).

3. Vanglória é aquilo que não é capaz de realizar um fim devido; não tem fim em si mesmo.
Não consegue dar um fim real a si mesmo; à sua própria existência.

C.S Lewis declarou: “O orgulho é o mais completo estado de alma anti-Deus...” É um o pecado Luciferiano..( Is.14:11/Ez.28)...”

O Orgulho tem haver com o EGO ABSOLUTO = “É a crença de que Eu sou o máximo...” Ele é detectado por falas e pensamentos do tipo: Eu sou o Maximo; eu sou o melhor; eu sou mais...

C.S. Lewis, dizia: “Toda vez que você se considera Bom; Virtuoso; Mais... Tenha certeza; isso não veio do Espírito santo”.

Você não precisa se considerar o primeiro para ser um orgulhoso, basta se considerar o penúltimo...

“Não precisa que haja alguém acima de você... Basta que haja alguém abaixo para constatar que o germe luciferiano te picou”.

Por que o orgulho é pecado.

1. Por que nos faz competidores.

O orgulhoso é narcisista... É egoísta... Vive para si... Tal pessoa nunca conseguira viver em comunidade, pois seu ego é absoluto. Seu desejo é estar acima dos outros... É ser melhor que os outros... Isso o faz individualista...

O orgulhoso não aceita ser repreendido, afinal sabe tudo... Não aceita críticas, pois esta acima dos críticos...

O orgulhoso nunca viverá em Koinonia, pois pensa que o outro é que deve servi-lo. Nunca pedirá perdão... Nunca lavará os pés do próximo.

2. Nos mantém sempre descontentes.

O orgulhoso acredita que todos devem servi-lo, inclusive Deus, e como isso nem sempre acontece ele se irrita (Esse Deus não serve pra mim... Essa igreja não me satisfaz... Essa pessoa não me completa).

3. Nos conduz a outros pecados (por isso é um pecado capital)

Que pecados são essas?

a) Vaidade.

O vaidoso anseia ser belo, atraente, desejável e admirável. Tal pessoa tende a se tornar hipócrita, pois acredita que precisa se mostrar sempre perfeito. Não se intimidará com as mascaras... Buscará a todo custo os elogios...

Um demônio estava no deserto tentando um monge, mas sem sucesso. De repente chegou Lúcifer, o chefe, e perguntou em que pé estava as coisas. O demônio respondeu que estava fracassado. Satanás lhe perguntou quais eram suas estratégias. O demônio respondeu; mulher, dinheiro, comida. O diabo então o orientou; “diga-lhe que nunca conheceu alguém tão santo quanto ele, e você alcançará seu objetivo".

Como no final do Filme, O Advogado do Diabo, Vaidade é o pecado mais saboreado por Satanás.

b) Presunção.

O orgulhoso sempre dirá; eu sei... Eu faço... Ninguém é tão bom quanto eu...

c) Auto-suficiência.

Eu não apenas faço, mas faço sozinho... Não preciso de ninguém... Dizem que todos os outros pecados você precisa ou pode contar com alguém... Mas, o orgulho o é pecado solitário, afinal o orgulhoso se basta até para pecar.

Como vencer o orgulho?

Amando a Deus e ao próximo, não como a nós mesmos, mas com o amor de Cristo.

1. Primeiro amando a Deus. (I Co. 10:31).

2. Amando ao próximo como Cristo nos amou.

É interessante pensar nisso; quando perguntado sobre o maior mandamento Jesus disse que o maior mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo... Todavia, mais à frente, Jesus parece aprofundar a questão e diz: amai-vos uns aos outros como eu vos amei.

Por que disso?

Talvez porque ele sabia que amar aos outros como a nós mesmo não é o padrão, pois se em algum momento esse amor for provado, fracassará, afinal nosso amor por nós mesmos sempre será maior que nosso amor pelos outros.

Por isso, devemos amar ao outro não como a nós mesmos, mas como Cristo nos amou. E como Cristo nos amou? Sacrificialmente!!!

Só há uma forma de vencer o Orgulho: Rendendo-se a Deus e vivendo para o outro como Cristo viveu. (Fl.2:5).

Graça e Paz

Texto extraído do estudo do Pr.Ed René Kivits

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

AS LUTAS INTERIORES NA ADOLESCENCIA EM MEIO A FÉ

"Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno." (I João 2:14).

A adolescência é uma época de grandes contrastes: o primeiro e mais marcante é aquele que diz respeito sobre o modo como o adolescente vê a si mesmo.


Num momento ele se entende adulto e noutro se compreende criança (mesmo que não diga). Dentre tantos contrastes, o adolescente cristão vive a questão mais delicada de toda a história do seu relacionamento com Deus: o desejo de servir a Deus, sem, contudo, fazer o que Deus gosta, o que é pior, às vezes, gostar daquilo que Deus não gosta!

Esse pensamento atormentador que invade o coração e a própria alma do adolescente pode fazê-lo rebelar-se contra a fé. Porque a fé, muitas vezes, lhe atinge diretamente em todas as preferência e escolhas.

Atingir esse ponto é o mesmo que atingir a identidade do adolescente, pois suas escolhas são também sua própria personalidade (é na adolescência que o jovem define um tipo de música que gosta, um tipo de “visual” etc).

Portanto, o problema do adolescente com o contraste que a fé provoca é que essa, nem sempre aprova o seu comportamento e escolhas.

Quando isso acontece, o que o adolescente cristão deveria fazer?

Enchendo-se de sabedoria em (Lc.2:42-52) descreve o desenvolvimento impressionante de um jovem que está por completar doze anos. Quando esse extraordinário desenvolvimento ocorre, Lucas nos esclarece que Jesus buscou crescer. O tempo verbal empregado aponta para uma ação do sujeito que procura completar-se, no caso, com sabedoria.

Às vezes, pensamos que a sabedoria para fazer boas escolhas virá com o tempo, a partir de um amadurecimento que cai do céu. Mas, as coisas não são assim. Antes, devemos dar duro para cavar preciosos tesouros de sabedoria, Jesus certamente o fez!

A graça de Deus estava sobre ele . Assim como nós, Jesus Cristo homem também foi fortalecido pela graça de Deus.

Algum adolescente pode imaginar-se, da noite para o dia, agindo como Jesus e fazendo as escolhas que agradam a Deus e trazem maturidade?

Na verdade, o primeiro passo é pedir a Deus que manifeste a sua graça na sua vida. Somente quando Deus nos capacita é que temos condições de agir contra a nossa própria natureza pecaminosa e, então, fazer boas escolhas.

Esses contrastes existem porque ainda não somos aquilo que Deus nos salvou para ser: santos.

CONCLUSÃO:

Portanto, é certo que não somente os adolescentes vivem o dilema desse grande contraste, mas todo e qualquer cristão verdadeiro, luta para ser mais parecido com Cristo.

Aos adolescentes cristãos, deixamos essa palavra de alerta e incentivo: é possível ser um adolescente que agrada a Deus e é possível ser mais parecido com Jesus, mesmo enquanto adolescente.

Para isso, apenas quatro sugestões:


1- Pense em que tipo de adulto você quer ser;

2- Procure crescer no conhecimento da Palavra de Deus;

3- Lute com todas as suas forças para se desenvolver na vida cristã;

4- Dependa exclusivamente da graça de Deus.


Jesus abençoe a você adolescente e saiba Ele que ser para você um modelo a seguir.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

DISCERNINDO ENTRE TENTAÇÃO E PROVAÇÃO

TENTAÇÃO:

1. É o impulso inicial que a pessoa sente para cometer pecados: Rm 7.18-19
2. Origem: satânica e carnal: Mt 4.1, Jo 13.2, Tg 1.14. “Tríplice batalha”: o diabo, o mundo e a carne. Leia Jo 8.44, 10.10, 1 Jo 2.15-17, Gl 5.17-21.
3. Visa sempre o mal, ou seja, tirar-nos da dependência de Deus: Mt 4.3-6, 8-9
4.
Não é pecado em si (Jesus foi tentado): Hb 4.15

PROVAÇÃO:

1. É o exercício de disciplina e correção, para aperfeiçoamento da fé: 1 Pe 4.12
2. Origem divina: Gn 22.1, Hb 12.6-10
3.
Visa fortalecer a fé: Tg. 1.2-4
4.
A provação vem, quase sempre, através do sofrimento: 1 Pe 2.20

Podem ocorrer provação e tentação simultaneamente? Sim. Veja Jó. Deus permitiu a provação mas Satanás o quis derrubar de sua fidelidade ao Senhor: Jó 2.6-10.

A SEQUÊNCIA DA TENTAÇÃO NÃO RESISTIDA
- (Tg 1.13-15):

1. Pensamento
2. Imaginação
3. Desejo
4. Decisão
5. Ação (pecado)
6.
Morte (separação de Deus)

A SEQUÊNCIA DA VITÓRIA NA PROVAÇÃO - (Tg 1.2-4):

1. Aflições
2. Fé em Jesus
3. Perseverança
4. Vitória
5. Vida

COMO OBTER VITÓRIA SOBRE A TENTAÇÃO?

1. Afastando-nos das fontes da mesma: 1 Co 6.18, 2 Tm 2.22
2.
Resistir á sua sedução: Tg 4.7
3. Vigiar e orar: Mt 26.41
4. Levar todo pensamento á obediência de Cristo: 2 Co 10.5
5.
Andar no Espírito: Gl 5.16; apropriar-se, pela fé, dos recursos de Deus: 1 Co 10.13
6.
Manter comunhão constante com os irmãos: Cl 3.16
7. Estar com a mente cheia da Palavra de Deus: Fp 4.8-9
8.
Buscar a santidade do Senhor: 1 Ts 5.23-24; servindo-O e adorando-O: Sl 56.10-13

QUE FAZER, QUANDO CEDEMOS Á TENTAÇÃO?

1. Confessar e abandonar o pecado: Pv 28.13
2.
Se houver outras pessoas envolvidas, precisamos acertar com elas: Mt 5.23-24
3. Confiar que o sangue de Jesus é suficiente para garantir o perdão e a purificação: 1 Jo 1.9

Não precisamos ficar carregando um fardo pesado dos pecados cometidos. Uma vez confessado o pecado, devemos nos apropriar do perdão oferecido por Deus através do sangue de Jesus e continuar a viver de tal maneira que Deus seja glorificado.
Jesus abençoe.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

DUAS VIDAS E UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO

Faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra cousa que não seja a morte me separar de ti” (Rute 1.17)

Quando um casamento é desfeito, a dor da separação acaba trazendo traumas e dores profundas.

Muitos julgam que a vida não tem mais sentido. Tudo se desmorona ao seu redor e é muito difícil recomeçar.

Algumas pessoas se sentem frustradas e ficam revoltadas, amargando ressentimentos e mágoas.

É muito duro o processo de cura e cicatrização das feridas abertas.

No livro de Rute, encontramos a figura de Noemi. Ela perdera o marido e depois seus dois filhos casados. Passou por um período de intensa dor, mas contou com o apoio de sua nora Rute que também sofria a dor da perda do marido.

No momento da separação de entes que amamos, um imenso vazio se faz presente em nossos corações e é essencial o apoio de pessoas queridas para superarmos todo sofrimento.

Noemi aconselhou suas noras a voltarem para suas famílias e despediu-se delas. Rute não quis deixá-la só, dizendo:“Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu” (Rute 1.16).

Tanto Noemi quanto Rute precisavam uma da outra, pois tinham problemas iguais. Elas sabiam avaliar o sofrimento porque haviam experimentado a dor da separação com a perda de seus maridos. Só existe um caminho para superar tão grande dor, a união, a solidariedade e a presença de Deus.

Quando buscamos a Deus Ele nos sustenta e nos consola. Sua graça se manifesta, dando-nos a força necessária para superarmos a dor da separação. Nada deve nos separar do amor de Deus. Precisamos de Sua presença a cada minuto de nossas vidas.

Precisamos, ainda, da companhia e do amor de pessoas que vivem ao nosso redor para nos amparar, aconselhar e nos consolar.

Podemos ter sido abandonados ou separados daqueles a quem amamos, mas há um Deus amoroso que nos recebe em Seus braços protetores.

“Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústias, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?” (Romanos 8.35).

Se nos isolarmos em nosso sofrimento, nossa dor será muito maior. Precisamos buscar a Deus, pois Ele levará nossa cruz por mais pesada que seja e Seu doce Espírito nos dará consolo e paz.

Que o Senhor Jesus possa abençoá-lo.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A SÍNDROME DE MICAL

Uma reflexão sobre Mical e Davi em 2 Samuel 6:11-23

A maioria de nós cristãos conhece a história de Davi dançando perante o Senhor (2Sam 6:11-23). A ocasião era de festa: a Arca do Senhor estava voltando para Jerusalém. O Rei Davi estava exultante, e “dançava com todas as suas forças diante do Senhor” (v. 14), externando sua adoração a Deus sem se preocupar com o que os outros estariam pensando dele. Sua esposa, Mical, o “desprezou no seu coração” e o criticou severamente por dançar daquela maneira diante do povo (vs. 16 e 20).

Mas porquê ela criticou o gesto de Davi? Porque ela não entendeu? Se voltarmos no um pouco no tempo, veremos que Mical não era exatamente o que se possa chamar de má pessoa apesar de ser filha de Saul, que reinou antes de Davi. A Bíblia fala que ela amava Davi. Sabedor disso, o então Rei Saul tentou usar a própria filha como laço contra Davi (1Sam 18:20-21).

Entretanto o plano de Saul foi frustrado pela fidelidade de Mical a Davi. Na seqüência da história, vemos que ela ajudou Davi a fugir de Saul quando este o perseguia, enganando o próprio pai (1Sam 19:11-17).

Por que então esta mulher, que um dia compreendeu e participou do plano de Deus para preservar a vida de Davi, agiu de maneira tão severa quando agora, anos mais tarde, o Rei simplesmente adorava ao Senhor com alegria? Poderíamos dizer que ela não compreendeu a motivação de Davi; ou que ela se preocupou mais com a imagem do Rei Davi do que com o momento espiritual da nação; ou ainda que teve ciúmes das servas. Tudo isto estaria correto... mas já lhe ocorreu que tamanha incompreensão poderia estar calçada em algo mais profundo e pré-existente na vida desta mulher?

A INFLUÊNCIA DOS TRAUMAS

Depois da fuga de Davi, Mical foi dada como esposa a outro homem pelo seu pai, Saul (1Sam 25:44). Anos depois, após a morte de Saul e já como rei, Davi exigiu-a novamente como esposa (2Sam 3:13).

Por esta e outras razões, podemos saber que Mical era uma pessoa que carregava profundas feridas. Ela fora usada como “isca” pelo pai contra Davi. Viu este homem arriscar a vida para atender a um capricho de Saul que era a exigência para o casamento, o qual foi chamado de “dote” (1Sam 18:25). Viu o homem que ela amava tendo que fugir do próprio sogro para não morrer.

Foi dada pelo pai a outro homem como esposa, sendo já casada. Anos depois, quando talvez ela já estivesse “acostumada” com a situação, Davi se torna Rei e a traz de volta. A Bíblia nos conta que o seu então marido, Paltiel, veio chorando atrás dela quando ela foi tomada para ser “devolvida” para Davi (2Sam 3:15-16).


Quanta carga emocional! Como se não bastasse, ela não podia ter filhos, o que era considerado como uma desonra pela sociedade de então. Principalmente em se tratando da esposa de um monarca, que precisaria necessariamente de um herdeiro para ocupar o trono.

Mical permitiu que seus traumas não resolvidos trouxessem cegueira espiritual. E por causa disso, ela não pôde compreender o significado do ato de adoração de Davi.

A POSIÇÃO ERRADA

Os nossos traumas emocionais não tratados e/ou mal resolvidos podem nos trazer cegueira espiritual. E tudo isso sempre nos leva para a posição errada, um lugar diferente daquele que o Senhor nos quer. O povo inteiro estava em festa, e Mical estava “olhando pela janela” (v. 16). Ela somente foi ao encontro de Davi quando a celebração havia acabado, e o povo, ido embora (v. 20). E mesmo assim, foi para criticar.

Mical assumiu a posição de espectadora. Da janela, observava o povo se alegrando e adorando ao Senhor, ao invés de se juntar a eles. Estava assistindo a alegria e adoração dos outros, e não fazia questão de participar. Esta postura abriu portas pra um espírito crítico. E por trás disso, como já vimos, estava uma vida marcada por sofrimento, desilusão e expectativas frustradas.


CONCLUSÃO


Talvez você já tenha visto ou conhecido pessoas que assumem a posição de “espectadores” em algumas situações, até mesmo durante momentos de adoração ao Senhor. Não as julgue. Existe algo além das aparências. Existe uma vida que carrega marcas.

Precisamos desenvolver um espírito misericordioso em relação aos outros. Olhemos para nossas próprias vidas. Como temos cuidado de nossos traumas emocionais? Temos dado lugar a um espírito crítico? Temos tido uma vida infrutífera? Temos sido espectadores da adoração alheia?

Ainda há tempo para tratar pecados, se arrepender, pedir perdão e perdoar. Ainda há tempo para buscar a cura espiritual para nossos traumas. Ainda há tempo para receber o bálsamo que só o Senhor pode dar.

E ainda há tempo para sair da janela. A porta é logo ali. É só ir para fora, se juntar ao povo... e começar a dançar!

Que Deus nos abençoe,

p/ Helder Assis da Silva

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

PORQUE OS HOMENS SE CALAM ?

A Tendência Natural do Homem: Ficar em Silêncio

Se Adão fosse o único homem da Bíblia que permaneceu em silêncio, então talvez alguém pudesse dizer que esta conclusão é duvidosa. Mas há muitos exemplos na Bíblia de homens que ficaram em silêncio. Vamos olhar para eles e ver onde isso se encaixa neles.

O Exemplo de Adão

Já vimos este, mas só queria torná-lo parte da lista para que pudesse perguntar a você quais foram as conseqüências do silêncio de Adão. A conseqüência é que bilhões de pessoas têm vidas miseráveis e depois morrem, e a maioria delas vai para o inferno.

O Exemplo de Abraão

Provavelmente todo mundo saiba da promessa de Deus a Abraão (Gn. 15) de que ele teria um filho e seria pai de uma multidão, e através de quem Deus abençoaria o mundo. Após 10 anos, e nenhum filho, Sara chega a Abraão e lhe diz: toma minha serva, Agar, e tenha filhos com ela para que a promessa de Deus possa se tornar realidade. O que disse Abraão a isso? Nada. (Gn. 16:2) diz que ele atendeu à voz de Sara.

Então, mais tarde, depois de Agar ter Ismael, Sara fica com ciúmes e Abraão lhe diz para fazer o que quisesse com sua serva. E ele a deixa tratar Agar rudemente.

Assim, Abraão ficou em silêncio e fez o que Sara disse. Qual foi a conseqüência? O conflito árabe/israelita que se alastra até hoje.

O Exemplo de Ló

Sabemos por (II Pedro 2:7) e versos seguintes que Ló foi um homem justo, mas você nunca saberia disso pelo relato de Gênesis. Ele permaneceu em Sodoma e Gomorra e ficou em silêncio sobre o mal ao seu redor. Quando ofereceu suas duas filhas para uma porção de homens, a fim de proteger os mensageiros de Deus, essa não foi a atitude de um homem forte.

No final do relato, quando eles estão fugindo da cidade, e a esposa de Ló olha prá trás para Sodoma e vira uma estátua de sal, fica evidente quem era que queria viver em Sodoma e Gomorra, e quem na realidade estava dirigindo a família. Se Ló ficava atormentado em sua alma pelo mal ao seu redor (II Pe. 2:8), então por que não partiu? Porque sua esposa não queria. Ló ficou passivo e em silêncio.

Algum tempo depois as filhas de Ló cometem incesto com ele enquanto estava bêbado, e ficam grávidas. Assim, vemos ainda mais danos resultantes da vida passiva e silenciosa de Ló.

O Exemplo de Betuel

Você se lembra da história de como Isaque conseguiu sua esposa? Seu pai, Abraão, mandou um servo à sua terra natal para arranjar uma esposa para seu filho, Isaque. No relato de (Gênesis 24), o servo chega a um poço, encontra Rebeca, segue-a até sua casa, e então começa a barganhar com o irmão dela, Labão, para que ela se case com Isaque. No final do relato (Gn. 24:50) é dito que Betuel concordou com o arranjo. Parece-me que Labão foi o único que esteve envolvido, e que Betuel estava dando um passeio. Não posso afirmar com certeza, mas nada é dito a seu respeito, e ele não fala até o final do relato.

Qual foi o resultado? Ele tinha dois filhos extremamente controladores, Labão e Rebeca. Sabemos que Rebeca esteve bastante envolvida na farsa contra Isaque, quando Jacó tapeou seu pai por causa da bênção de família. E sabemos que Labão tornou miserável a vida de Jacó, quando este tentou se casar com Raquel e em vez disso acabou ficando com Lia. Assim, por ser um pai calado e ausente, Betuel ajudou a criar pelo menos dois filhos controladores e bastante manipuladores.

O Exemplo de Isaque

Não temos que ler muito mais em Gênesis antes de chegarmos ao próximo homem calado - Isaque. Ele foi um homem muito passivo. Se você ler Gênesis inteiro, verá que ele não fez nada certo, exceto permitir que seu pai quase o sacrificasse.

Isaque conhecia a profecia de Deus de que seu filho mais velho, Esaú, serviria ao mais novo, Jacó, mas ele preferia Esaú que aparentava ser um homem forte, viril, e que estava sempre caçando. E no final de sua vida ele foi em frente e abençoou Esaú a despeito da profecia. Por que? Acho que era mais fácil seguir a tradição de abençoar o filho mais velho do que confiar em Deus e abençoar Jacó. Por que? Quem sabe ficasse com medo da reação de Esaú.

Afinal, Esaú era caçador. Talvez ficasse com medo do que os outros poderiam dizer quando descobrissem. Porque ficou com medo de agir, sua esposa resolveu assumir o comando e cuidar do problema. O tiro saiu pela culatra e a família se separou, e Isaque e Rebeca nunca mais viram Jacó outra vez.

Aqui temos cinco exemplos de homens que ficaram em silêncio. Em cada situação a conseqüência foi um prejuízo muito grande para os outros. Podemos dizer que a conseqüência foi um caos.

Quando Deus falou, Ele colocou ordem no caos. Quando o homem falha em agir, e falar, segundo à imagem de Deus, a conseqüência é mais caos. E é muito importante reconhecer: causa o rompimento do relacionamento. E é sobre isso que tudo isto é - relacionamentos. Como meu silêncio vai afetar meu relacionamentos com os outros? A Bíblia mostra que certamente os destruirá.

O silêncio de Adão destruiu seu relacionamento com Deus e com sua esposa.

O silêncio de Abraão resultou no conflito árabe/israelita.

O relacionamento de Ló com suas filhas e com sua esposa não era bom.

Isaque quase não tinha nenhum relacionamento com sua esposa e com seu filho Jacó. Isso fica evidente quando lemos a história do engano de Isaque na hora da bênção. Isaque não conversa com Rebeca. Não conversa com Jacó (exceto quando pensa que ele é Esaú). Rebeca não conversa com Esaú. E Jacó não conversa com Esaú. Você vê uma família dividida ao meio.

Repare também que em cada uma destas situações, quando o homem ficou quieto, a mulher se intrometeu e assumiu o controle. Deus disse que essa ia ser a tendência natural da mulher em (Gênesis 3:16), e podemos vê-la acontecendo vezes e mais vezes.

Assim, a tendência natural do homem é ficar calado. Mas, o que vimos até aqui deve acabar com a descrição do homem como alguém "Forte e Calado".

O homem é criado à imagem de Deus e também deve falar dentro da desordem e criar ordem e vida;

Mas a tendência natural do homem é evitar o caos e ficar calado;

Quando ele faz isso, cria mais caos e destrói os relacionamentos.

· Se o homem é criado à imagem de Deus, então ele precisa fazer o mesmo. Os homens precisam se mover dentro do caos e da escuridão e criar vida e ordem. Fazemos isso ao falar ou fazer ao nos envolvermos emocionalmente.

· Mas a tendência natural do homem é evitar a escuridão. Nossa tendência natural é evitar situações bagunçadas. Vimos cinco exemplos em Gênesis de homens que ficaram quietos, que evitaram situações bagunçadas

Adão, Abraão, Ló, Betuel e Isaque. Em todos os nossos exemplos, os homens foram presenteados por uma situação que era de caos ou de desordem. Na verdade era apenas a vida real. Mas eles não fizeram nada, e assim suas esposas se intrometeram com sugestões, ou com engano ou tomaram o controle. Em cada exemplo, a conseqüência foi mais caos e relacionamentos rompidos.

· Assim, quando Deus falou, ele colocou ordem no caos. Quando o homem falha em agir, e falar, segundo a imagem de Deus, a conseqüência é mais caos. E é muito importante reconhecer: causa o rompimento dos relacionamentos.

Podemos observar que uma das melhores e mais mal-usadas passagens da Bíblia a esse respeito está em (Efésios 5:25). Ela diz que os maridos devem amar suas esposas como Cristo amou sua igreja e a Si mesmo se entregou por ela. Temos ouvido as pessoas ensinarem sobre esta passagem e o que entendem é que precisamos nos sacrificar pelas nossas esposas. Então dão sua lista de coisas que podemos fazer para nos sacrificar.

Mas o conceito todo por trás desta passagem é que Cristo veio à terra para construir relacionamentos com os homens. Nós O rejeitamos e O matamos. O que isto significa para o marido é que ele precisa se aproximar de sua esposa e construir um relacionamento com ela.

No processo, ela vai rejeitá-lo, desapontá-lo, machucá-lo, vai argumentar com ele, não vai reagir a ele, etc. E é aí que o sacrifício entra em estar disposto a ser machucado no processo de se aproximar de sua esposa. O sacrifício entra ao se estar disposto a penetrar o caos e o mistério dos relacionamentos.


Três Modos de Se Relacionar

Precisamos entender o princípio que move cada homem. O movimento define a vida de um homem. Se não estamos nos movendo na direção certa, então nos moveremos na direção errada. Bom movimento significa atravessar a miséria pessoal em direção a Deus. Mau movimento é o movimento direcionado para nada mais do que o alívio da miséria pessoal.

Uma vez que os homens são fundamentalmente seres que se relacionam, todos os movimentos serão vistos mais claramente na maneira de um homem se relacionar.

O Homem Carente

O homem carente sabe que precisa dos relacionamentos para ser feliz, mas sua visão dos relacionamentos é distorcida. O que ele quer é que os outros venham até ele e conheçam suas necessidades, sem que exijam algo de bom de sua parte. Na verdade, ele está procurando a felicidade nas pessoas, não em Deus.

Este é o homem que chega em casa todas as noites e solta um profundo suspiro ao entrar pela porta, a fim de que a família saiba o quanto ele esteve trabalhando o dia todo por eles (Isso é mentira. Ele está trabalhando para si mesmo.) Ele quer que cuidem dele, mas está enviando um sinal na expectativa de que não esperem nada dele.

Este é o homem que se sente como um mártir porque está casado com uma mulher que não se interessa por sexo. A verdade é que ela não reage porque ele não está se dirigindo a ela e então não há nada a que reagir. Quando ela não atende às suas necessidades, ele se sente como um mártir e se sente justificado ao cobiçar outra mulher ou ter um romance, pois é seu direito ter suas necessidades sexuais satisfeitas, e sua esposa não as está atendendo.

O que este homem precisa fazer é perceber sua atitude infeliz ver o seu mal e se arrepender.

Mas o homem carente não vê isso.

O Rei Saul é um bom exemplo. Ele tinha necessidade de respeito. Quando falhou em exterminar os amalequitas e seus animais como Deus ordenara (deixou vivo o rei, o gado e o rebanho) e foi pego pelo Profeta Samuel, começa a se atrapalhar e diz que deixou-os vivos para sacrificar a Deus.

Quando Samuel diz que é melhor obedecer do que sacrificar, Saul diz, pequei, mas então, imediatamente, pede a Samuel que volte com ele à capital e fique a seu lado na adoração pública. Quando Samuel se vira para partir, Saul agarra a orla de seu manto e o rasga. Então Samuel diz que o rasgo em seu manto é uma ilustração de que Deus vai retirar o reino de Saul. Saul diz novamente "pequei", mas rapidamente acrescenta "honra-me, pois, agora, diante dos anciãos e do povo de Israel..." Ele estava mais preocupado com as aparências e em manter o respeito do povo do que com seu pecado. (I Sm. 15:13-30).

O Homem Durão

Superficial mas inflexível descreve este homem. Ele tem a postura "a vida continua". Este é o tipo "grandalhão silencioso". Raramente fala sobre suas lutas pessoais e tende a "resolver" rapidamente qualquer tensão nas relações que não puder evitar ou dispensar. Ele canaliza sua força para as coisas em que é bom e se recusa, mesmo que por um momento, a mostrar-se envolvido em qualquer coisa em que não seja bom isto é, nos relacionamentos. Quer ficar onde se sente confortável. Quer dissipar o mistério.

Ser durão não significa necessariamente ser malvado ou cruel. Ele não tem que ser grosseiro. Pode ser cordial o tempo todo e geralmente é. Ele é legal, acima de reprovação, só não tem envolvimento emocional. Ele tem uma porção de colegas, mas nenhum amigo chegado.
Ele somente não se permite sentir qualquer coisa. O homem carente sente a dor, e se preocupa com ela. O durão a ignora.

O Homem Temente a Deus

O homem temente a Deus é sensível, mas isso não o leva à preocupação ou à queixa. Ele é magoado pelos relacionamentos rompidos, mas em vez de fugir ou exigir que os outros venham até ele, usa essa mágoa para dar mais definição e energia à sua responsabilidade nos relacionamentos. Ele está disposto a sacrificar seu prazer (legítimo ou ilegítimo) a fim de poder ajudar aos outros.

Ele liberta os outros de seu controle e os encoraja, a fim que sejam livres para lutar com a sua própria solidão, dor e egoísmo. Ele esteve em meio às batalhas e atravessou para o outro lado para o lado de Deus. Ele quer ajudar os outros a encontrarem a Deus também.

Assim, há três modos de se relacionar: você pode ser um homem carente, sempre arrastando os outros de encontro às suas necessidades. Ou pode ser do tipo durão e ignorar seus sentimentos, e os dos outros, canalizando sua energia para as coisas em que é bom. Ou pode ser um homem temente a Deus, e sentir sua própria dor, e a dos outros, e usar isso para crescer pessoalmente, e depois usar seu crescimento para ajudar os outros a crescerem.

O Que Falar Não É

Ao falarmos sobre o silêncio de Adão. Ao mesmo tempo mostramos que ficar em silêncio não é bom. Fugir de nossos relacionamentos não é bom.
Provavelmente você também chegou à conclusão de que isto significa que precisamos falar claramente.

Como geralmente é o caso, quando aprendemos aquilo que não deveríamos estar fazendo, pulamos o problema e decidimos que vamos resolvê-lo depois (procrastinar). No entanto, geralmente vamos para o extremo oposto. Assim, precisamos compreender com o que temos que tomar cuidado. Precisamos compreender o que falar não é.

Falar não é dizer coisas sem sentido


Você pode falar muito e nunca tocar em assuntos importantes. Talvez você fale o tempo todo sobre esportes ou computadores e nunca tenha qualquer conversa significativa. Quando fazemos isto, ainda estamos ficando calados sobre coisas importantes, mesmo que nossas bocas estejam completamente abertas.

Paulo diz em (I Coríntios 13:1) que quando falamos sem amor somos como o bronze que soa e como o címbalo que retine. O alvo principal deste estudo, é como realmente ter relacionamentos melhores. É sobre como amar. Assim, a afirmação de (Paulo em I Coríntios) é muito apropriada. (Efésios 4:15s) também está relacionado, onde Paulo fala sobre dizer a verdade em amor.

Falar não é só conversar

Falar também envolve ações. Envolve tanto palavras quanto obras. Se você só diz que vai fazer algo e não faz, então isso não tem valor. (Tiago fala sobre isso no capítulo 2). Falar significa envolver-se. E acho que devemos ressaltar que significa envolver-se emocionalmente.

Falar não é dominar

Falar não é controlar uma situação aos berros ou submeter os outros à humilhação ou à obediência. Isso apenas torna uma pessoa introspectiva e distante de Deus. Você também imporá aos outros a resignação ou os incitará à rebelião para se preservarem. Você pode ver isto em seus filhos. Se é assim que você se relaciona, um filho pode ser complacente e cordato e o outro sempre metido em encrencas na escola.

O que queremos deixar claro é que não estamos dizendo que os homens devam começar a dominar todas as situações e relacionamentos à sua volta. Não, estamos dizendo que precisamos ser categóricos e simplesmente dizer as esposas para calarem a boca quando discordarem de nós.
Quando você faz isso, não está sendo um homem forte.

Está somente tentando tomar o controle (através da carne) e impor ordem à situação e fazer com que os outros recuem para que você não tenha que tratar do assunto. Você está se escondendo outra vez, como Adão fez no jardim do Éden.

Todas estas coisas são exemplos do que falar não é. Então, o que é falar?

Falar é dizer ou fazer qualquer coisa que seja necessária para me aproximar de outra pessoa e levar a mim mesmo e a essa outra pessoa a confiar em Deus em meio às situações da vida, em meio ao caos.

Mensagem para a familia

Que o diálogo seja sempre uma proposta instituida no seio da familia, que mesmo nos momentos de conflito, marido, mulher e filhos possam se sentar e conversar abertamente, ainda que seja para uma repreensão momentânea que leve a um conserto, que com certeza lá na frente produzirá harmonia, comunhão e frutos pacíficos.

Que os maridos possam de fato e de direito exercer o verdadeiro sacerdócio instituido por Deus, junto a família, e as mulheres por sua vez, cumpram o seu importante papel de coluna e ajudadora do lar, para que o relacionamento não se torne um caos, trazendo marcas e feridas profundas na alma.