quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

ENTENDENDO O COMPLEXO DE INFERIORIDADE

Muitos cristãos parecem ter um sentimento de auto-condenação suspenso sobre a cabeça, como uma densa névoa de poluição. Assim estão sendo derrotados pela mais poderosa arma psicológica que satanás usa contra os cristãos. Essa arma tem a eficácia de um míssil mortal. O nome dela? Auto-Imagem negativa.

A maior arma psicológica de satanás é um sentimento de inferioridade, incapacidade e falta de auto-estima, que se acha enraizado no mais profundo de nosso ser. E este sentimento está aprisionando muitos de nós, muito embora eles possam ter tido experiências espirituais maravilhosas, embora tenham grande fé e bom conhecimento da Palavra de Deus. Apesar de entenderem perfeitamente sua condição de filhos de Deus, acham-se como que amarrados e tensos, acorrentados por terríveis complexos de inferioridade, presos a um profundo sentimento de que não valem nada.

Existem quatro maneiras pelas quais satanás aplica essa arma, que é a mais mortal de todas as suas armas emocionais e psicológicos, com o objetivo de derrotar-nos e fazer-nos fracassar.
1) Uma auto-imagem (complexo de inferioridade) fraca paralisa nosso potencial

Tenho visto o terrível impacto dos sentimentos de inferioridade em todos os lugares onde tenho exercido meu ministério. Tenho presenciado trágicos desperdícios de potencial humano, vidas diluídas, talentos perdidos, com grande prejuízo de uma verdadeira mina de capacidade e possibilidades humanas. Deus fica mais entristecido do que irado com essas coisas. Ele se entristece quando criamos uma imagem própria negativa.

“ Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não ficou sem resultado, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que esta comigo.” (1Cor.15:10)

Vemos neste texto alguém com a Auto imagem positiva. Você já ouviu alguém dizer; você não é tudo que pensa ser; Eu te digo, em Jesus Cristo você é muito mais do que pensa ser (Ef. 3:20).
2) Uma Auto-imagem negativa destrói nossos sonhos

Não podemos viver de sonhos, mas vivemos pelos nossos sonhos. Uma das características do Pentecostes profetizado pelo profeta Joel e cumprido no livro de Atos era que , quando o Espírito Santo fosse derramado, os jovens teriam visões e os velhos teriam sonhos audaciosos, a ter visões do que Deus quer realizar para nós e em nós, e, mais que tudo, através de nós.

É verdade, e quando temos uma visão muito enganosa de nós mesmos, com uma imagem própria muito baixa, julgando-nos inferiores e inaptos, certamente nos destruiremos. Assim nossos sonhos morrem, e o grande plano de Deus para nossa vida nunca se realiza.

3) A Imagem própria negativa destrói nosso relacionamento com os outros

Pensemos em nosso relacionamento com Deus. Se ficarmos sempre a considerar-nos sem valor ou inferiores, o raciocínio natural é acharmos que Deus não pode nos amar e cuidar de nós. Esse tipo de pensamento muitas vezes produz questionamentos e ressentimentos, que começam a “azedar” nossa comunhão com Ele.

Afinal, de certo modo não é culpa dEle que estejamos assim? Ele nos criou como somos. Provavelmente, Ele poderia ter-nos criado diferentes do que somos. Mas não o fez. Então, na certa, isso quer dizer que Ele ama os outros e dá a eles muitas coisas, mas não a nós, pois não nos ama. Eles estão bem, mas nós não.

Depois que começamos a criticar o projeto, não demora muito e estamos criticando o Projetista. É assim que nosso conceito sobre Deus fica envenenado e a percepção do que Ele sente a nosso respeito torna-se confusa, acabando por destruir nossa comunhão com Ele.

A imagem negativa deteriora nosso relacionamento com os outros. Satanás usa nosso doloroso sentimento de inferioridade e de incapacidade para isolar-nos dos outros. A maneira mais comum de tolerar o complexo de inferioridade é nos retrairmos para dentro de nós mesmos, e ter o menor contato possível com outras pessoas.

Quais são as pessoas de mais difícil convivência?

Aquelas que não aceitam-se como são, por não se aceitarem, dificultam o relacionamento com outras pessoas. A imagem negativa é, dentre os fatores que conhecemos, é o que mais destrói relacionamentos humanos.

4) A Imagem própria negativa prejudica enormemente nosso serviço cristão

Qual é o maior empecilho no caminho dos membros do corpo de Cristo, que os impede de atuar como parte desse corpo? Qual é a primeira coisa que as pessoas dizem, quando pedimos a elas para fazer qualquer coisa no corpo de Cristo?

• Lecionar na escola dominical? - Tenho vergonha de falar à frente de muita gente.

• Dar testemunho na reunião de senhoras ou de homens? - Ah, eu não saberia falar nada.

• Evangelizar de casa em casa? - Tenho medo de fazer isso.

COMO SURGE UMA AUTO-IMAGEM NEGATIVA (complexo de inferioridade)

A imagem própria de cada individuo é um conjunto de sensações e conceitos que ele formou a respeito de si mesmo. Abaixo temos quatros fontes de onde surge nossa auto-imagem.
A primeira é o mundo exterior.

Nesse mundo exterior vemos imagens e impressões acerca de nós mesmos refletidas no espelho dos membros de nossa família. Estabelecemos nossa noção de identidade própria a partir dos primeiros relacionamentos que são:

A forma que somos tratados, amados e cuidados, e pela comunicação que recebemos em nosso relacionamento com os outros, quando estamos em fase de formação e crescimento.

A principal razão de uma auto- imagem negativa é a falta de amor fundamental. Sem esse amor como alicerce, a pessoa não se sente aceita e amada. Com a expressão amor fundamental, estamos falando do amor dos pais para com os filhos na infância.

A segunda fonte de onde recebemos impressões e que é um dos influenciadores de uma auto-imagem negativa; é Satanás.

ele utiliza nossos sentimentos de auto- desprezo como uma terrível arma contra nós, nos três papéis que desempenha:

ele é mentiroso (Jo: 8:44), acusador (Jo:12:10),e é aquele que cega nosso entendimento (2 Co 4:4). Para atuar nessas três funções , ele emprega as armas da inferioridade ,incapacidade e auto-depreciação para derrotar o cristão e impedir que ele redescubra todo seu potencial como filho de Deus.

A quarta fonte de onde recebemos impressões para a formação de nossa auto-imagem é Deus. Agora deixamos de lado a questão da imagem própria negativa e passamos a considerar o poder de Deus na formação de uma imagem própria em bases bíblicas. Deixamos a doença e passamos à cura, pois existem algumas medidas práticas que podemos tomar, a fim de curar essa deformidade que é a imagem própria negativa.

Abaixo temos alguns passos que podemos dar.

Perdoar aqueles que nos prejudicaram.

A Bíblia deixa bem claro que não somos meras vítimas. Todos somos pecadores e responsáveis pela nossa identidade e pelo que acabamos nos tornando. Nunca vi ninguém ficar realmente curado de traumas e problemas, enquanto não tivesse perdoado a todos que de alguma maneira o prejudicaram, e também recebesse perdão de Deus para suas próprias ações erradas.
Como Libertar-se da Auto-Imagem Negativa (Complexo de Inferioridade)

Já aprendemos que; uma auto-imagem negativa é um sentimento de inferioridade que se manifesta em algumas pessoas. Este sentimento paralisa estas pessoas destruindo seus sonhos, e desperdiçando seus talentos naturais e espirituais.

È comum observar que as emoções destas pessoas são oscilantes. Elas vão do entusiasmo ao desânimo com facilidade, e muitas vezes dificultam o relacionamento com outras pessoas que vivem a volta delas. Hoje vamos aprender alguns passos que podemos dar para obtermos a cura.
Pelo fato de a principal causa do complexo de inferioridade ser a falta de amor fundamental (amor que recebemos na infância de nossos pais e das pessoas mais próximas), vamos começar a cura, entendendo nossa posição como filhos de Deus. Assim, nos sentiremos amados, e agiremos de acordo com essa identidade.

Identidade - Qualidade de idêntico, conjunto de caracteres próprios e exclusivos de um indivíduo.

Quando tenho uma auto-imagem negativa, preciso:

1. Entender minha verdadeira identidade (visão interior)

2. Expressar essa identidade;

3. Entender os propósitos de Deus (visão exterior);

4. Estender esses propósitos para as pessoas ao meu redor.


1. ENTENDA SUA VERDADEIRA IDENTIDADE

Deus Pai falou a Jesus antes dEle começar Seu ministério, quando foi batizado; “Este é o meu filho amado de quem me agrado”. Existem nessa frase três expressões de amor fundamental:

1. “Este é o meu filho” – Comunica identidade de que a pessoa pertence a alguém. Ser filho de Deus é uma identidade, não um papel que serve só em alguns contextos. Saber que pertencemos a um Pai maravilhoso que deseja que todo o mundo saiba que somos Seus dá um sentimento profundo de segurança e aceitação.

2. “Amado” - É uma afirmação verbal. Antes de Jesus começar Seu ministério, o Pai quis que Ele soubesse que era amado. Para o Pai, era mais importante que Jesus sentisse, do que entendesse qual a obra, a descrição de trabalho, o plano de ministério ou as estratégias fundamentais a serem desenvolvidas. No momento crítico de Jesus começar Seu ministério, o Pai enfatizou Seu amor e aceitação.

3. “De quem me agrado” – Jesus não havia começado Seu ministério ainda, mas o Pai gostava dEle. O prazer do Pai não dependia do trabalho de Jesus. Jesus não tinha que ganhar o sentido de ser aceito. Não tinha que se esforçar para conseguir o agrado de Seu Pai. Antes do primeiro milagre, antes do primeiro ensino, antes de qualquer coisa que Jesus fez, o Pai deixou muito claro que Jesus era amado.

2. Expresse sua identidade em Cristo.

Precisamos verbalizar nossa identidade e agir segundo ela. Fé sem obras é morta.
Quando começamos a dizer para nós mesmos quem somos, estaremos ajudando no processo de transformação de nossa mente. (Rm 12:1-2), (II Cor. 5:15).

Obs.: Não esqueçamos que, não são nossas palavras que são expressadas ao nosso coração, mas sim, a palavra de Deus.

“Jesus dizia, pois aos Judeus que criam nela: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo. 8:31-32).

3. Entenda os propósitos de Deus para tua vida. (visão exterior)

Recebemos a cura interior pela identificação com Jesus Cristo, como filhos de Deus. Agora vamos agir de acordo com o que somos. (1ª Jo. 3:1-3)

4. Estenda os propósitos de Deus para as pessoas ao seu redor.

Quando estou entendendo os propósitos de Deus, e que Ele está no controle de minha vida, confio que Ele e eu estamos trabalhando como sócios, em conjunto. que coisa maravilhosa. Imagine como fica a Auto-Imagem de um professor que esclarece um assunto aos seus alunos, o evangelista que ganha uma pessoa para Cristo, um cantor que levou alegria a igreja pelo hino cantado, um conselheiro que foi usado por Deus para curar uma pessoa de seus traumas emocionais.

“ Vocês são o sal para a humanidade; mas, se o sal perde o gosto, deixa de ser sal e não serve para mais nada. É jogado fora e pisado pelas pessoas que passam. Vocês são luz para o mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. Ninguém acende uma lamparina para colocá-la debaixo de um cesto. Pelo contrário, ela é colocada no lugar próprio para que ilumine todos os que estão na casa. Assim também a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai de vocês, que está no céu.” (Mateus 5:13-16)

CONCLUSÃO

Com estas atitudes e outras semelhantes, estaremos cooperando com o Espírito Santo no processo de cura de nossas almas. Estaremos também nos acostumando com nossa verdadeira identidade, tendo sonhos e visões de Deus para nossas vidas.

Que neste momento você inicie esse processo de restauração, para que possa erguer bem alto sua cabeça como filho de Deus e diga:

“Mas pela graça de Deus sou o que sou, e a graça que Ele me deu não ficou sem resultados. Pelo contrário, eu tenho trabalhado muito mais do que todos os outros apóstolos. No entanto não sou eu quem tem feito isso, e sim a graça de Deus que está comigo.” (1Cor 15:10)

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