segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

ATENÇÃO !!! CORAGEM NÃO É AUSÊNCIA DE MEDO

Moisés, Josué, Davi e Daniel possuíam a fibra de que são feitos os heróis: iniciativa, coragem, e o espírito de aventura. A característica predominante desta vida é a coragem.

Quem vive no plano da aventura (da fé) não teme o que os outros pensam dele. O homem de coragem não condiciona seus passos e seus objetivos aos passos e objetivos do vizinho; não teme sonhar sonhos que não tenham sentido prático; pensa por si, lê seus próprios livros, cultiva seus próprios entretenimentos; governa-se pela sua própria consciência".

Abraão precisou de muita iniciativa e coragem para se lançar em sua aventura de fé, não é por acaso que ele ficou conhecido como o "pai da fé" (Hb 11.8). Não é possível imaginar um herói de face pálida, ombros caídos e peito encolhido.

Não há herói sem a virtude coragem e da iniciativa em seu caráter. Quantos sonhos dourados nunca se concretizaram, quantos projetos ficaram apenas no papel por falta de iniciativa e coragem. Quando lemos a biografia de heróis da fé como Daniel, percebemos que o perigo que intimidava a muitos, o empurrava para frente da batalha. Winston Churchill, afirmou: "Sem coragem, as outras virtudes carecem de sentido".

O homem de coragem sente a fascinação dos mares nunca dantes navegados e dos sertões nunca dantes desbravados, disse S. Júlio Schwantes. Nesta lição vamos refletir sobre o quanto é importante superarmos o medo para vivermos uma vida marcada pela significância.

1. Aspectos importantes sobre a coragem.

Observemos que quando Deus fala com Josué que ficaria no lugar de Moisés, Ele insiste dizendo: "Sê forte e corajoso... (Js 1.6). Tão somente sê forte e mui corajoso... (v.7) Sê forte e corajoso; não tenha medo, nem te espantes,.. (v.9)".

1.1. A coragem começa com uma batalha na mente. Antes que Davi saísse ao encontro do gigante Golias, para vencê-lo no campo histórico, foi necessário vencer outro gigante no campo da mente, o "medo" (1 Sm 17). Essa é uma batalha que todos nós travamos.
A mente é a arena onde ganhamos ou perdemos as nossas batalhas. Veja como Paulo vencia esta batalha. Ao escrever para os Filipenses, ele diz aquilo que dominava a sua mente nesta batalha mental: "Tudo posso naquele que me fortalece". (Fp 4.13)

1.2. A coragem é fazer as coisas direito, e não apenas acertá-las da melhor forma. Martin Luther King., líder do Movimento de Direitos Civis, declarou: "A capacidade máxima de um homem não se mede nos momentos de conforto e conveniência, mas nos tempos de desafio e controvérsia". Para fazer as coisas como devem ser feitas exige coragem, porque isso implica em enfrentar oposição dentro e fora de nós.

1.3. A coragem de um líder inspira o comprometimento dos seguidores. As pessoas gostam de seguir homens que sejam mais corajosos do que elas. Isto tem a ver com os pais, pastores, mestres e todos que exercem influência. Líderes fracos e indecisos não inspiram comprometimento. O evangelista Billy Grham afirmou: "A coragem é contagiosa. Quando um homem corajoso assume uma posição, os demais se aprumam". Não existe liderança bem sucedida se o líder não possuir a virtude da coragem em seu caráter (Js 1.6)

1.4. Sua vida se expande na proporção de sua coragem. Tácito, o historiador romano escreveu: "O desejo de segurança coloca-se contra todo empreendimento grande e nobre". A coragem, porém, tem efeito contrário. Ela abre porta e este é um dos seus maiores benefícios. Talvez por isso o teólogo britânico John Henry Newman tenha afirmado: "Não tenha medo de que a sua vida chegue ao fim, mas sim de que ela nunca tenha um início". A coragem não só lhe oferece um bom início mas também lhe oferece um futuro melhor.

2.Quando o medo domina.

O que é medo? Medo o desejo sufocante de nos esconder, defender-nos ou fugir de algo ou alguém que nos incomoda ou nos ameaça. Segundo o dicionário prático da língua portuguesa Michaelis, o medo é uma perturbação resultante da idéia de um perigo real ou aparente. Existe o medo racional, o exagerado e o irracional. O medo racional é um medo proporcional ao nível de perigo que nos ameaça. O medo exagerado é baseado na realidade, mas é desproporcional ao nível de perigo que nos ameaça. O medo irracional não tem base na realidade atual da qual estamos conscientes. O medo racional é um importante mecanismo de defesa que temos. Porém, quando se torna exagerado e irracional passa a ser um sentimento terrivelmente destrutivo. O que acontece quando o medo domina a mente de uma pessoa?

2.1. O medo distorce a visão e nos paralisa. Quando Jesus apareceu de madrugada, ainda noite, para os discípulos, andando sobre as águas do mar, eles o viram como um "fantasma" (Mc 6.49,50). Ao perceber que eles estavam dominados pelo medo, Jesus disse: "Tende bom ânimo; sou eu, não tenham medo". Quando a mente está dominada pelo medo, a pessoa enxerga tudo distorcido.

2.2. O medo é um limitador do nosso crescimento. Na parábola dos talentos, Jesus disse que o homem que tinha recebido um talento, por causa do medo, enterrou o que recebeu (Mt 25.24-26). Enquanto os outros negociou e fez dobrar o valor do que tinha recebido (Mt 25.20-23), o servo negligente enterrou o seu talento. O medo impede as pessoas de crescer. Há um pensamento que se tornou um lema na minha vida: "Sucesso é para aqueles que não tem medo de assumir o risco do fracasso". Quem não tem coragem para se arriscar, será sempre um servo negligente escravo da mediocridade.

2.3.O medo nos faz fugir em vez de enfrentar os desafios. Quando Davi chegou no acampamento onde estava o exército de Israel (1 Sm 17.1); o rei Saul e todo o exército estavam encolhidos, escondidos com medo das ameaças do gigante Golias que representava o exército dos filisteus (1 Sm 17.4-11).

2.4. O medo nos impede de ir mais longe no território do sobrenatural. Nenhum outro homem na Bíblia teve o privilégio de andar sobre as águas como Pedro. Porém, ele experimentou aquém do que poderia ter experimentado, diz o texto bíblico que: "... Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me! (Mt 14.29,30)

2.5. O medo é um gerador de outros sentimentos destrutivos. O medo é a raiz que gera o desanimo, a insegurança, a desconfiança, o isolamento e o desgaste emocional e ansiedade.

2.6. Como o medo pode se tornar pecaminoso. 1) Quando começamos a duvidar do caráter de Deus julgando que o seu amor e poder é menor do que a dimensão dos nossos problemas; 2) Quando fugimos para dentro de nós mesmos e não para Deus; 3) Quando alimentamos o medo e junto com ele o ódio, ressentimento e amargura.

3. Como superar o medo e aumentar a coragem.

Coragem não é ausência de medo, mas sim a superação do medo. "A coragem não é apenas uma das virtudes, mas a forma de cada virtude no momento decisivo". A Bíblia nos dá as instruções necessárias para vivermos uma vida de excelência superando o medo e alcançando grandes vitórias em Deus.

3.1. Reconheça, expresse e supere o medo. Não quero estar livre dos perigos, só quero coragem para enfrentá-los. Fazer de conta que o medo não existe não leva a superação do medo. O medo precisa ser entendido, expressado e resolvido. Precisamos ser honestos conosco mesmo, com Deus e com o próximo. É sempre mais fácil ser alcançado pela cura interior, quando há o reconhecimento e a confissão daquilo que está nos destruindo.

3.2. Aceite desafios. Davi é um dos maiores exemplos de coragem na Bíblia. Desde muito cedo ele foi treinado a enfrentar desafios. Para convencer o rei Saul de que ele estava preparado para vencer o gingante Golias, ele deu um breve relato de algumas das suas experiências: Davi, entretanto, disse a Saul: "Teu servo toma conta das ovelhas de seu pai. Quando aparece um leão ou um urso e leva uma ovelha do rebanho, eu vou atrás dele, dou-lhe golpes e livro a ovelha de sua boca. Quando se vira contra mim, eu o pego pela juba e lhe dou golpes até matá-lo. Teu servo pôde matar um leão e um urso; esse filisteu incircunciso será como um deles, pois desafiou os exércitos do Deus vivo. O Senhor que me livrou das garras do leão e das garras do urso me livrará das mãos desse filisteu". Diante disso Saul disse a Davi: "Vá, e que o Senhor esteja com você". (1 Sm 17.34-37) Os desafios que se nos apresentam, são oportunidades que temos para desenvolver nossa coragem.

3.3. Nunca acredite nas mentiras de satanás. Na maioria das vezes o medo se baseia em uma mentira de satanás. O diabo é um psicólogo milenar que trabalha incansavelmente para nos fazer acreditar nas suas mentiras. Eis a razão por que o apóstolo Paulo disse: "A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração". (Cl 3.16). Lembre-se, satanás sempre tentará ganhar a batalha em nossa mente (alma), fazendo com que prevalece em nós as suas mentiras. Não foi por acaso que Paulo, o apóstolo que nesta batalha espiritual deveríamos tomar toda a armadura de Deus, inclusive o "capacete da salvação", (Ef 6.13,17) que é a proteção para nossa mente. Quando enxergamos os desafios na perspectiva da Palavra de Deus, eles se tornam pequenos diante da grandeza do Deus que servimos.

3.4. Cresça em amor. "No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor". (1 Jo 4.18). É o amor que opera o bem em nosso favor (Jo 3.16), pelo que, tendo a "consciência" de ser amados por Ele, nada tememos, nem temporal e nem eternamente. Confiamos que, de algum modo, porque ele nos ama, "tudo cooperará juntamente para o nosso bem". (Rm 8.28). Se o amor de Deus atua por nosso intermédio, de modo a amarmos o próximo, no estado espiritual de desenvolvimento que faz isso tornar uma realidade, teremos nossa confiança reforçada. O amor de Deus por mim, o meu amor por Ele e pelo próximo, em geral, produz muitas coisas positivas, e um dos resultados é o banimento do medo. O medo é cultivado quando nos mostramos egocêntricos. O cristão precisa sempre ter em mente, que o amor é aperfeiçoado mediante nossa permanência em Deus, e Ele em nós.

3.5. Não tire os olhos de Jesus. Podemos ver que em (Mt 14.30) que enquanto Pedro se manteve olhando para Jesus, ele caminhou sobre as águas do mar, mas quando ele tirou os olhos de Jesus e passou a reparar a força do vento, teve medo e começou a afundar. Quando tira os olhos de Jesus, a coragem dá lugar ao medo e em de dominar, ele passa a ser dominado pelas circunstancia da vida. O escritor da carta aos Hebreus escreveu: "Olhando para Jesus, autor e consumador da fé,..." (Hb 12.2). A razão porque Jesus quando cumpria aqui seu ministério, nunca foi vencido pelo medo, é porque os seus olhos estavam focados no Pai, de onde vinha o poder, a graça e a autoridade.

4. Características dos homens de coragem.

4.1. Homens de coragem têm iniciativa. Eles sempre fazem além do que a obrigação lhe impõe. As pessoas que ainda não foram libertas do medo, sempre procuram uma desculpa para não fazer o que tem que ser feito.

4.2. Homens de coragem são homens de atitude. O cego de Jericó tomou a iniciativa de clamar mesmo não sendo compreendido pela multidão que seguia Jesus (Lc 18. 35-43). O medo impede as pessoas de tomar atitudes que podem resultar em grandes mudanças na vida. A atitude de um homem chamado Jairo, resultou na ressurreição da sua filha. Ele venceu o medo de não ser atendido e se lançou nos pés de Jesus, o resultado foi um milagre extraordinário (Mc 5.21-42).

4.3.
Homens de coragem são determinados. A palavra determinação pode significar "de-termina-ação". Os homens destemidos não desistem com facilidade. Por esta razão quando Gideão fez a seleção dos soldados que fariam parte do exercito que enfrentaria os midianitas, a ordem que o Senhor deu era: "Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for medroso e tímido, volte, e retire-se apressadamente das montanhas de Gileade. Então voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram". (Jz 7.3)

4.4. Homens de coragem tem senso do dever. Conta-se que quando um oficial romano foi advertido por seu guia de que se insistisse em fazer certa viagem correria risco de vida, ele respondeu: "É imperativo que eu vá, não é imperativo que eu viva". Esta era também a virtude que fazia de Paulo um apóstolo acima da média. Quando os irmãos que estavam na casa de Filipe em Cesária, tentaram o impedir de ir para Jerusalém, porque lá ele poderia ser preso, então ele disse: "Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus. E, como não podíamos convencê-lo, nos aquietamos, dizendo: Faça-se a vontade do Senhor". (Atos 21.13,14)

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