domingo, 13 de setembro de 2009

ESPELHO DA ALMA - COMO DEUS NOS VÊ

Espelhos são objetos irresistíveis. Não conheço, talvez até exista, mas nunca vi uma casa sem espelhos,nem que seja guardado numa gaveta. E todo mundo se olha, crianças, adultos, idosos. Não há exceção. Entramos num elevador, numa casa, numa sala... há um espelho e nos olhamos. Eles nos atraem, porque têm essa "capacidade" de nos revelar, mostrar aquilo que aparentamos, o que os outros podem ver. E se alguma coisa não está boa, sempre é possível mudar.Provavelmente se nunca nos tivéssemos visto em espelhos não nos preocuparíamos tanto com nossa aparência, pois que não saberíamos o que outros vêem, então seria menos importante.

E é assim com nossa vida quando se trata do nosso interior. Como sabemos que as pessoas não podem ler nossos pensamentos e conhecer nosso íntimo, não nos preocupamos tanto com isso. Como nos recusamos, conscientes ou inconscientemente, de nos ver desnudos nas nossas imperfeições, vamos levando a vida como se não existissemos. E julgamos assim, outras pessoas, como se não fôssemos tão imperfeitamente iguais a elas. Podemos não ter os mesmos defeitos,não cometer os mesmos erros, mas somos todos sujeitos ao pecado.
E se houvesse um espelho da alma que nos mostrasse isso, abaixaríamos a cabeça.

Em relação a isso, Jesus usou palavras duras. Ele disse: "Por que reparas no cisco que está no olho do teu irmão, mas não percebes a trave que está no teu?" É isso é o que acontece com freqüência.
Como não temos um espelho para refletir nosso eu, olhamos sempre o que está diante de nós.

Estamos longe, muito longe da perfeição que Deus espera de nós. Mas podemos caminhar e caminhar.

Podemos não ser iguais a Jesus, mas podemos ser mais parecidos com Ele.

Como expectadores da vida alheia, julgamos diariamente os gestos e atitudes do nosso próximo. Quem diz que nunca julga, não é honesto consigo mesmo. Quando fazemos um comentário, qualquer que seja, estamos julgando. Cada vez que exprimimos uma opinião pessoal sobre alguma coisa, fato ou alguém, estabelecemos um julgamento, justo ou injusto. E quando somos nós o centro da platéia, pedimos clemência, tolerância, imploramos interiormente para que se coloquem no nosso lugar e tentem entender nossas ações ou reações.

Colocar-se no lugar do outro para entendê-lo, seria entrar no seu coração e alma, sentir suas emoções, vestir sua pele. Impossível. Cada um de nós é único e mesmo aquelas pessoas que mais amamos não nos transferem suas dores tais e quais. Sentimos sim, quando sofrem, mas por nós, porque nossa própria alma se entristece.

Deveríamos, todos, possuir um espelho da alma, para que pudéssemos nos olhar interiormente antes de julgarmos outras pessoas. Sentiríamos, provavelmente, vergonha dos nossos pensamentos. Por que nosso próximo é tao exposto às imperfeições, falhas, pecados, más ou boas decisões, quanto nós. Se houvesse uma câmera capaz de revelar aos outros nossos pensamentos diários, iríamos estar sempre fugindo dela. Por quê? Porque ante a possibilidade de que seja revelado nosso eu, seríamos muito mais honestos conosco. Isso nos tornaria, talvez, mais tolerantes e mais humildes.

Quando alguém sofre porque está atravessando por um caminho pedregoso, dói nessa pessoa não somente a passagem por esse caminho, mas também o olhar dos outros, que condenam sem piedade, as línguas que ferem mais profundamente que facas e punhais.

As pessoas que esquecem facilmente que tiveram um passado que, mesmo se correto, nunca foi um lago de água transparente, porque puras, só as criancinhas. E ninguém pode dizer o que virá amanhã, se houver amanhã.

Ninguém está ao abrigo das chuvas repentinas da vida, das torrentes que podem levar tudo, dos males que podem atingir o corpo, às vezes a mente. Apenas um minuto e tudo pode se transformar.

Então... melhor exercer a tolerância, a bondade, a compaixão, antes de julgarmos se outros estão certos ou errados, se têm ou não razão.

E quando a tentação for grande de olhar o que se passa com outros, bom mesmo é se lembrar do espelho que deveria retratar nossa imagem interior que pediria, certamente, compreensão.

CONCLUINDO:

E como não sabemos o que o amanhã nos reserva, vivamos o dia de hoje com sabedoria, coração amoroso para com o próximo e olhar voltado para o Alto.

Que o Senhor abençoe cada um que por aqui passar.

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