quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O SENTIMENTO OCULTO QUE ESCRAVIZA E DESTRÓI A ALMA



Lascívia

Definição tradicional (Aurélio)

Sensual, libidinoso, lúbrico; desregrado; luxúria.

Luxúria: Dissolução, corrução, libertinagem, Incontinência.

Definição bíblica

Aselgeia (no grego) = denota excesso, licenciosidade, ausência de restrição, indecência, libertinagem sexual, às vezes incluindo outros vícios.

Passagens relativas
•É um dos males que saem do coração do homem – Mc 7.22 (traduzido como dissolução)

•É um dos males que Paulo fala que a igreja de Corinto tem culpa– 2Co 12.22 (traduzido como desonestidade)

•É classificado entre um dos pecados da carne – Gl 5.19

•É uma das coisas nas quais alguns descrentes (ímpios) transformaram a Graça de Deus – 1 Pe 4.3 (traduzido como dissoluções) e Jd 1.4

•É uma dos pecados dos quais os crentes são avisados – licenciosidade – Rm 13.13

•É um caminho pernicioso – ruína ou perda física/mental/espiritual – 2 Pe 2.2

•Envolve inclusive conversas dissolutas (anastrophe – conversações) – 2 Pe 2.7

Ler o texto de 2 Pedro, capítulo 2. Este texto, em geral, dá a entender uma vida desavergonhada.


O mal que ela faz

Em Efésios 4.19, Paulo fala que alguns tinham perdido a sensibilidade e se entregaram a dissolução. Perder a sensibilidade, neste caso, significa que eles perderam a capacidade de sentir o grau da gravidade do seu pecado. Ele não incomoda mais.

Há um sentido, o de licenciosidade, nesta palavra. Dá a idéia que a pessoa dissoluta tem direito de fazer o que faz. Em Gálatas 5.1, está escrito que é para a liberdade (eleutheria – liberdade legítima, principalmente a moral ou cerimonial) que Cristo nos libertou. Mas que não devemos usar desta liberdade para dar ocasião à carne (Gl 5.13).

Ela é base para muitos pecados. Não somente pecados sexuais, mas qualquer um, devido a ‘licenciosidade’ (o que eu faço não importa para os outros; se eu fizer, não é errado; ‘no meu caso é diferente’). Assim, se forma uma base para que a pessoa firme sua conduta errada, de um modo que pareça ‘legal’. Na verdade, se tornou escravo dela, pois o que é vencido pelo pecado torna-se escravo dele (2Pe 2.19).

Exemplos teóricos

Na Igreja:

Infelizmente é comum vermos em algumas igrejas a manifestação deste pecado sem muitas reservas. A lascívia apresenta-se nas pessoas que levadas por sentimentos diversos deixam-se moldar pelos costumes comuns aos ímpios e lançam mão de roupas inadequadas aos servos do Eterno.

É a moda que obriga as mulheres a usarem saias curtíssimas; calças justíssimas; fazerem uso de vestidos curtos e decotes que expõe os seios e costas. É a sensualidade que se manifesta com grande intensidade. (“Portanto, usem o seu corpo para a glória dEle.” 1Co 6.20)

Qual o objetivo de está na moda e usar roupas que não condiz com os ensinamentos do Senhor Deus? Com certeza, despertar no próximo uma série de sentimentos “carnais” perturbando-o, chamando para si as atenções e fazendo renascer nos corações a velha natureza. O exemplo de Paulo deve ser observado, quando ele afirma: “Mas eu me orgulharei somente da cruz do nosso Senhor Jesus Cristo. Pois, por meio da cruz, o mundo está morto para mim, e eu estou morto para o mundo.” Gl 6.14

No Trabalho:

Se o temor a Deus não foi suficiente para coibir o uso de vestimentas inadequadas na igreja, com certeza, no dia-a-dia, na rua, trabalho e nas obrigações sociais a situação torna-se mais grave. Geralmente é preciso apresentar-se bem e quando o Espírito Santo não está no controle (“Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês” Rm 12.2), a carne manifesta-se com toda a sua força. Entra em cena todo um conjunto de roupas e ações sensuais; algumas sentem satisfação em despertar no próximo à cobiça e sentimentos baixos; alegram-se com “cantadas” e insinuações maliciosas feitas por colegas; assemelha-se com os ímpios, impossibilitando visualizar o senhorio de Jesus Cristo na vida (“Mas tenham as qualidades que o Senhor Jesus Cristo tem e não procurem satisfazer os maus desejos da natureza humana de vocês.” Rm 13.14).

No Lar:

A lascívia também encontra lugar nos lares, na intimidade dos casais, que levados por desejos incomuns aos servos do Senhor, procuram fazer uso de diversas práticas mundanas que por sua natureza imunda, afasta o Espírito Santo da vida (“Vocês fazem parte do povo de Deus; portanto, qualquer tipo de imoralidade sexual, indecência ou cobiça não pode ser nem mesmo assunto de conversa entre vocês.” Ef 5.3; “Que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de concupiscência, como os gentios que não conhecem a Deus.” 1Ts 4.4,5). É inconcebível que o nosso agir apague o Espírito de Deus em nossa vida, porém, entre as “quatro paredes” muitos têm feito uso de fetiches, tais como: filmes pornôs; revistas de sexo; novelas eróticas; objetos; com o objetivo de despertar e satisfazer o desejo sexual, de forma antinatural.

Exemplo prático

Uma das palavras mais populares do vocabulário dos jovens e adolescentes é amor. Porém poucos deles realmente sabem o que é amor de verdade. Muitos confundem amor com lascívia, desejo, cobiça. Amor é de Deus - lascívia é do diabo. O amor liberta - a lascívia lhe prende na armadilha.

Adolescentes cheios de lascívia e desejo têm produzido contextos que chocam qualquer senso de decência. Uma onda de promiscuidade sexual varre o país e o mundo. Os jovens conversam abertamente sobre viver juntos sem estarem casados, anticoncepcionais, gravidez, fornicação vergonhosa. As doenças venéreas estão atingindo milhares de adolescentes. As escolas estão alarmadas. Os pastores se preocupam. Os pais estão horrorizados. Os adolescentes estão sendo lançados numa órbita de luxúria e de paixões abomináveis e implacáveis.

Eis uma história verídica de dois jovens que confundiram lascívia com amor. Ele era filho de um homem rico. Ela era a bela filha de uma família destacada socialmente. Ele achava difícil conseguir fazer alguma coisa com ela. Isso o incomodava dia e noite. Começou a elaborar e desenvolver planos sobre como possuí-la. Ela era completamente inocente; desejava mais do que nada encontrar o amor de sua vida.

Ele era bom de papo e tinha muitos amigos. O seu primeiro passo foi ganhar a confiança dos pais. Se transformou num tremendo fingido; usou todos os truques que havia nos livros; disse aos amigos que estava apaixonado por ela -- que não conseguia nem dormir e nem comer. Ele teria de possuí-la de qualquer jeito.

Um dia o mundo desabou em cima dela. Ele falou suave como o diabo, e foi astuto como uma raposa. Era mais forte do que ela. Os registros dizem que ele a forçou. Mais tarde soube-se que ela tentou fugir mas não conseguiu.

Ela chorou dizendo da vergonha terrível que seria, de como estariam ofendendo os pais dela, da loucura que ele estaria fazendo a si mesmo -- mas ele não quis ouvir. O amor ouve, mas a lascívia jamais. O amor é cauteloso -- a lascívia é cega e descontrolada.

Era amor de verdade? Você mesmo vai responder. Cinco minutos após tê-la desonrado, ele subitamente muda. Ela vê nele o animal que ele realmente era. Ele ordena que ela suma. Ela chora histericamente; suplica que ele não faça uma coisa assim tão odiosa. Ele tinha sido muito amoroso - mas agora que havia conseguido o quê desejava, a odiava.

Perguntas começam a se formar nos lábios dela. "Para onde irei? E a minha família? Já foi mal o jeito que você me tratou, mas por que agora se volta contra mim?" Suas palavras caem sobre ouvidos surdos. Ele diz que não suporta nem vê-la, e começa a lhe dizer palavrões e até se recusa a levá-la para casa. Ela é levada à casa de parentes. A última coisa que ele lhe diz é: "Não quero nunca mais te ver". Ela foi pêga na armadilha!

Esse não é o fim da história. Nunca é. Alguém quis se vingar. O irmão dela ficou furioso, e o pai quase morreu. O fim trágico veio num "coquetel" promovido pelo irmão da garota. Um criminoso contratado assassina o moço. Ele morre instantaneamente.

Isso soa como uma história dos jornais de hoje, não é? Mas essa é a história bíblica de Amnon e Tamar. (Você pode lê-la em Segundo Samuel 13). Também é a história de um número incontável de adolescentes por todo lado. A Bíblia diz: "Cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte" (Tiago 1:14-15). A cobiça produz a morte!

Ouça, jovem - você sabe o resultado do jogo. A rota da cobiça, da lascívia - é a rota do inferno. E o inferno é a armadilha final do diabo! A atitude moderna em relação ao pecado não é nova em absoluto. Satanás enlaçou Eva com as mesmas mentiras que usa para prender na armadilha os adolescentes de hoje. Uma mesma rota sempre leva ao mesmo final. Flertar com o pecado sempre o levará àquele ponto onde você se verá subjugado por ele, incapaz de dar um jeito. Quando o jovem tenta se livrar das leis de Deus, ele só acaba pêgo na armadilha pelo diabo.

O mais triste de Tamar é que ela só buscava o amor - todo adolescente o busca. E os que buscam o amor nos pecados e prazeres da satisfação própria, cairão na armadilha exatamente como ela caiu.

Relação com outros pecados

Quando a Bíblia fala na lascívia, ela está envolvida em um número muito grande de outros males, tão ruins quanto a própria lascívia.

Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura – Mc 7.22

Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias - Gálatas 5.19-21

Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias - 1Pe 4.3

Algumas destas palavras, no grego, dizem mais do que uma leitura rápida destas passagens diz. Vejamos:

Imundícia (impureza física ou moral)- akatharsia

Prostituição – (incluindo adultério, incesto e fornicação = corporal. Espiritual = ‘idolatria’ ) – porneia

Bebedeiras – intoxicações em geral, não somente o álcool - médse

Emulações – ciúmes, inveja – zélos

Dissensões – divisões – dixostasía

Concupiscência – desejo, paixão pelo que é proibido - epidsumía

Glutonaria – também significa orgia (descontrole) – o que acompanha e é consequencia da embriaguez - kómos

Idolatria – adoração à imagem ou ídolo (literal ou figurativamente) - eidolatreía

Feitiçaria – medicação mágica (por extensão) - farmakeía


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