quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

TIRANDO AS VESTES SUJAS

Eu, o Senhor, esquadrinho a mente, eu provo o coração; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.” (Jr 17:10).

“E tu, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai, e serve-o com coração perfeito e espírito voluntário; porque o Senhor esquadrinha todos os corações, e penetra todos os desígnios e pensamentos. Se o buscares, será achado de ti; porém, se o deixares, rejeitar-te-á para sempre.” (I Cr 28:9).

Quando o Senhor Jesus contrapôs Deus às riquezas, deixou evidenciado que nós servimos a alguém necessariamente, portanto não somos independentes. O senhorio divino ficou implícito na ordem sobre não comer do fruto proibido, condicionado a desobediência à morte (Gn 2:17).

Tendo o primeiro casal feito a escolha por comer do fruto proibido, imediatamente deixou de estar sob o senhorio divino para ficar na servidão da serpente, razão porque Paulo escreveu acerca do homem natural como estando andando “segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos de desobediência” (Ef 2:1).

Aprofundando ainda mais a natureza desta servidão, Paulo afirmou que esta servidão se manifesta também quando estamos fazendo a vontade da carne e dos pensamentos, característica esta dos filhos da ira (Ef 2:3).

Nós só vamos adquirir coragem para examinarmos a nós mesmos conhecendo o nosso interior, procurando verificar quem está no comando de nosso coração se estivermos absolutamente seguro de nossa salvação. A razão é muito simples: olhar para nós mesmo é não ver nada de bom, visto que em nossa carne não habita bem algum, antes o pecado, mesmo porque somos carnais, vendidos ao pecado (Rm 7:14,18).

Este olhar é tão aterrador que o efeito imediato é nos afundarmos em complexos de inferioridades, nos perdemos nos sucessivos erros que cometemos, nos retraímos por medo das tribulações que nos sobrevém, nos sentirmos culpados por nosso comportamento, nos vermos erguendo ídolos em nosso coração.

Por esta razão somos chamados a olhar para Jesus, autor e consumador da fé (Hb 12:1). Foi o que fez Pedro quando estava afundando no mar, ao clamar socorro. Ele afundara por deixar de olhar para o Senhor, se assustando com as ondas que se aproximavam perigosamente dele (Mt 14:30).

Naquele momento o Senhor lhe repreendera por exercer tão pouca fé e colocar em dúvida o poder de Deus (Mt 14:31). Num primeiro instante a idéia que o cristão desenvolve é que nunca pode olhar para dentro de si, examinando-se a si mesmo, antes que deveria fitar o Senhor o tempo todo. Num sentido esta é a verdade, nós precisamos estarmos firmes na fé que temos em Cristo Jesus, pois esta fé faz a seguinte declaração acerca de nós mesmo:
“Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:1)

É a justificação em Cristo Jesus que nos impede afundarmos quando olhamos para nós mesmo. Esta justificação baseia-se totalmente no mérito de Cristo, ou seja, Deus nos declarou justos, santos, sem pecado apenas porque nós fomos revestidos de Cristo Jesus. A salvação que temos cobriu-nos diante do Senhor, portanto quando Deus nos vê, na verdade está olhando para Seu próprio Filho.

É por esta fé na justificação em Cristo Jesus que nós temos a coragem de entrar diante do trono da graça, caminho este aberto pelo sangue de Cristo (isto é, a absoluta segurança que temos acerca do perdão de todos os nossos pecados) (Hb 10:19,20).

Para compreendermos esta verdade, é muito importante entendermos como Deus tratou com o sumo sacerdote Josué. Ele estava diante do anjo do Senhor, portanto, no trono de Deus, com Satanás ao lado, acusando-o, sendo esta a sua atividade predileta (Ap 12:10).

As vestes de Josué estavam sujas, portanto ele pecara contra o Senhor e só podia permanecer naquele local nestas condições se o caminho até o trono de Deus lhe fosse garantido pelo mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo (I Tm 2:5).

Este é o papel da justificação em Cristo Jesus, visto sendo declarado justo, então sua transgressão fora perdoada e seu pecado coberto (Sl 32:1). A um homem assim Deus não imputa pecado, nem lhe atribui iniquidade (Sl 32:2).

A justificação não mudou o fato que as vestes de Josué estavam sujas, antes ele pecara. É preciso entender que a justificação em Cristo Jesus nos permite ter acesso diante do Pai, pela justificação em Cristo Jesus somos visto pelo Pai como se nunca pecado tivéssemos cometido, com base na justificação em Cristo Jesus nossa vida está escondida em Cristo.

Olhando sob esta ótica nada que possamos fazer mudará nossa posição diante de Deus, para o bem ou para o mal. É por conta da justificação que há em Cristo Jesus que satanás ouviu uma destemida ordem:

“Que o Senhor te repreenda, ó Satanás; sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreenda! Não é este um tição tirado do fogo?” (Zc 3:2b).

Deus jamais nos trataria diante do diabo. Fomos justificados, temos um advogado perante o Pai, que é Jesus Cristo, o Justo (I Jo 2:1). Diante de nosso advogado basta lembrar ao diabo sobre a cruz, quando nosso Senhor levou sobre Ele todas as nossas iniqüidades, quando ele foi castigado por Deus em nosso lugar, quando ele foi esmagado por causa de nossas transgressões, quando ele seguiu como uma ovelha ao matadouro, oferecendo sua vida de uma vez por todas por nós (Is 53:4-7).

Nós não somos transformados por Deus por causa das acusações do diabo e nem temos de responder a elas. A estas acusações basta o sangue de Cristo Jesus. O diabo saiu humilhado, fomos comprados por bom preço, por isso devemos glorificar a Cristo em nosso corpo (I Co 6:20).

Nós precisamos entender isso: Deus não nos condena, quando Ele trata conosco é para nosso bem, para nos purificar. Jesus colocou esta questão do seguinte modo:

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o viticultor. Toda vara em mim que não dá fruto, ele a corta; e toda vara que dá fruto, ele a limpa, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.” (Jo 15:1-3).

O tratamento de Deus é duríssimo para nós, não porque Deus não nos ama, mas porque nossa carne se recusa terminantemente ceder. Quando o Senhor começa a tratar conosco, quando o Senhor começa a entrar nos meandros do nosso coração e alma, quando o Senhor desnuda o nosso ser, a carne rejeita este tratamento terminantemente, mesmo porque os que estão na carne não podem agradar a Deus de modo algum (Rm 8:8).

Nós precisamos entender esta verdade de uma vez por todas: na qualidade de salvos fomos criados em perfeita justiça e verdade, contudo permanecemos com nossa natureza corruptível, totalmente resistente a qualquer tratamento de Deus. É preciso muita determinação para permanecer diante do Senhor ainda com as vestes sujas, para sofrer toda sorte de acusações calado.

É preciso muita confiança em Deus para superar este estado vexatório de estar nu diante daquele que temos de tratar. Mas, glórias a Deus, glorificado seja o nome do Senhor, somos lavados e remidos pelo sangue de Cristo Jesus. O diabo nada tem de nós, ele precisa se retirar de cabeça baixa, nos deixando totalmente exposto ao nosso Senhor. Nós podemos encarar nossas vestes sujas, aguardando a manifestação da misericórdia de Deus. Somente os que permanecem nesta posição realmente são transformados pelo Senhor.

Foi somente quando Satanás se retirou da presença de Deus é que foi dito acerca de Josué dele encontrar-se com suas vestes sujas. O Senhor Jesus, dirigindo-se à igreja de Laodicéia conclamou que eles se reconhecessem que eram uns pobres coitados, que estavam cegos e com sua nudez exposta. Era preciso que esta igreja comprasse do Senhor colírio para terem seus olhos abertos porque somente assim seriam capazes de comprar ouro refinado, isto é, de amadurecer em sua fé provada pelo fogo (I Pd 1:7).

Somente se colocando nesta condição, ou, como estava Josué, somente reconhecendo que suas vestes estavam sujas é que vestes limpas poderiam ser substituídas pelos trapos imundos da justiça humana (Is 64:6):

“Então falando este, ordenou aos que estavam diante dele, dizendo:

Tirai-lhe estes trajes sujos.

E a Josué disse:

Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniqüidade, e te vestirei de trajes festivos.” (Zc 3:4)
Só há um modo desta obra ser feita, de nossas vestes serem trocadas por trajes festivos, de nossos pecados serem perdoados, é se confessarmos ao Senhor os nossos pecados, neste caso Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (I Jo 1:9). Agora, nós precisamos entender isso de uma vez por todas:

“Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” (I Jo 1:10).
Em outras palavras, conformes ditas pelo Senhor Jesus:

“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te.” (Ap 3:19).
Nós precisamos colocar o Senhor no centro de nosso coração, tirando todo deus funcional, bem como seus agentes operacionais. Nós precisamos entender que tudo precisa ser mexido dentro de nosso ser para que aquilo que cremos de fato seja o que vivemos, pois não podemos continuar querendo viver a palavra, mas nos deixando moldar por este mundo como se os principados das potestades do ar tivessem a última palavra.

CONCLUSÃO

Não é mais hora de sermos complacentes conosco mesmo. Que o Senhor levante intercessores que tenham dores de parto para que Cristo seja formado em nós (Gl 4:19).

p/ Cezar Andrade M. de Azevedo

Um comentário:

Aline Nunes disse...

Este site tem sido um meio de aproxima com Deus a cada artigo que leio sou impactada com palavras duras sim que me confrontam e me trazem a memória tudo que um dia vivi com meu Deus.
só tenho que dar graças porque sei que é Deus usando de meios para atrair meu coração.