domingo, 6 de junho de 2010

A DOR DA INGRATIDÃO

Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. (Lucas 6:35)

Estávamos pensando sobre a ingratidão...

Ser ingrato tem a ver com ser humanista, porque o humanista atribui suas vitórias a ele mesmo, e não a Deus. O ingrato não reconhece que, sem Deus, ele talvez não estivesse nem vivo.

A ingratidão também tem a ver com idolatria. Geralmente as pessoas ingratas tem dois comportamentos extremos: “amam” a ponto de idolatrarem a pessoa “amada”, e quando descobrem os defeitos (naturais) da pessoa, passam a desprezar e se tornam totalmente ingratos.

O ingrato esquece com muita facilidade… não as coisas ruins, mas esquece as coisas boas que fizeram por ele.

O ingrato vive no “seu mundo”, busca apenas os seus próprios interesses. É um tipo de pessoa que se torna cega para o amor (e doação) de quem está ao lado.

Outra característica da personalidade do ingrato é a desobediência que leva a rebeldia… e a infidelidade.

Como o ingrato acha que sabe das coisas, ele não ouve a mais ninguém, não aceita conselho de ninguém, não considera ninguém capaz de liderá-lo ou de aconselha-lo. o ingrato finge aceitar, mas na verdade, ele não aceita se submeter a autoridade, porque ele realmente acredita que sabe o que é bom para si.

A ingratidão também tem a ver com a “falta de educação”. Podemos ser “treinados” desde a infância a ter um comportamento grato, isso ocorre no processo de educação de uma criança.
Quando ensinamos uma criança a dizer “obrigado” para as pessoas que lhe servem, ou lhe ajudam, estamos lhe ensinando a ser grata. Isso faz parte da educação.

Mas não é apenas a educação, a “etiqueta”, o “protocolo”, o “ser formal”, que gera a gratidão. A gratidão tem que partir do nosso coração, e não apenas ser da boca para fora.

Quem convive com o ingrato sempre sofre. O único que não sofreu quando conviveu com um ingrato foi Jesus. Judas é o perfeito estereótipo do “ingrato”, ele foi salvo por Jesus, amado, cuidado pelo Mestre (que mesmo sabendo que Judas era um ingrato, lavou seus pés)… mas Judas não o reconheceu, ele foi ingrato, infiel e traidor. Mesmo assim, Jesus nunca o rejeitou…

Jesus tinha uma, entre muitas características: Ele não se iludia em relação as pessoas… Ele não gerava expectativas. Ele não fantasiava ou idolatrava. Ele ama sem se iludir.

É por isso que Jesus não sofreu quando Judas o traiu, porque ele já sabia quem era Judas, Ele já tinha visto a ingratidão no coração de Judas. Jesus sabia que não podia esperar nada dele, a não ser traição e ingratidão. Jesus não se decepcionou com Judas, pelo contrário, Ele se preparou para ser traído. Ele já sabia com que tipo de ser humano estava lidando, pois conhecia a fundo a alma de cada discipulo.

É claro que Jesus se entristeceu com a decisão de Judas, pois Jesus o amava, mas Ele não se deixou iludir, Ele não gerou expectativas.

A ilusão nos fere muito. Isso acontece porque quando a ilusão se desfaz, tudo que foi fundado sobre ela, se desfaz junto. Isso serve para todas as áreas de nossas vidas, mas principalmente para os relacionamentos.

Muitos “Judas” vão aparecer nas nossas vidas… faz parte. Mas nós teremos que aprender a lidar com cada um “deles”, e não deixar que eles destruam a nossa capacidade de amar e de acreditar no amor verdadeiro e que a mudança é possível através de Jesus Cristo.

A verdadeira gratidão está ligada ao exercício de “se ver”. Ela “brota”daí.

Observe que quando nos enxergamos, quando nós verdadeiramente “nos vemos” sem ter medo da rejeição percebemos quantas pessoas nos amam e não nos deixaram (mesmo sabendo de todos os nossos defeitos…) nasce então a partir daí em nosso coração uma profunda gratidão.

Nós seres humanos, somos assim: Quando percebemos as nossas limitações (quando nos enxergamos), temos medo que os outros também percebam e nos rejeitem por causa delas.

Por este motivo, tentamos esconder das pessoas os nossos defeitos a todo custo. Mas isso não adianta, mais cedo ou mais tarde, as nossas limitações e defeitos (principalmente aqueles que tentamos a todo custo esconder dentro de nossa alma) vão aparecer.

Isso pode acontecer por exemplo, sem querer, na hora do nervosismo.

Isso de certa forma é bom, porque é nessa hora que saberemos a verdade sobre as pessoas que convivem conosco, é nesta hora que conheceremos o caráter de cada um que nos cerca, pois se ao ver os teus defeitos, a pessoa te abandonar, ela estará mostrando que não te ama de verdade, ou que não está disposta a te amar e buscar em Jesus uma verdadeira mudança pra ti.
Por isso, mesmo que tenhamos medo de ser rejeitados, é melhor vencer este medo, e deixar que as pessoas nos conheçam de verdade. Assim diminuímos o risco de decepcionar aos outros e de sermos decepcionados.

Realmente dói muito a rejeição, mas dói bem menos quando não criamos raizes, quando ainda estamos no começo de um relacionamento… por exemplo, por isso temos que ser “o mais transparente possível” com as pessoas, para não geramos expectativas falsas e infundadas a nosso respeito.

A ingratidão dói muito mais do que a rejeição , pois a ingratidão é a rejeição ”concentrada”, ou seja, podemos passar por uma rejeição, e não sentirmos ingratidão, mas sempre que sentirmos ingratidão, junto dela haverá rejeição. É sempre assim, porque o próprio ato de ser ingrato, é um ato de rejeitar.

É por isso que dói tanto quando alguém a quem nos dedicamos, se torna ingrato conosco, porque nos sentimos profundamente rejeitados e “des-amados”.

Busquemos ter o sentimento de gratidão em nosso coração. O que tenho aprendemos com o Senhor todos os dias de nossas vida é o seguinte:

Faça para Ele. Faça para Jesus. Ele não tem um coração ingrato, sabe porquê? Porque Ele não te rejeita. Jesus conhece nossa motivação… Ele sabe quando agimos com amor, com zelo, com cuidado…

Ainda que as pessoas ao nosso redor nos “interpretem” errado, Jesus não. Ele conhece nossa alma e enxerga a verdade em nossos corações.

Tenha sempre um coração grato. Exercite isso. Comece hoje a exercitar:

Agradeça em primeiro lugar ao Senhor, que te criou, que te formou, agradeça por você estar vivo, agradeça até pelas lutas, porque elas são “professores” que nos ensinam o valor da vida.

Ageadeça também as pessoas, aos seus pais que te criaram, mesmo que tenham falhado, as pessoas que te criaram fizeram alguma coisa por você… mesmo que seja pouco… foi o que eles sabiam e podiam, foi o “melhor” deles… por isso seja grato a cada um deles. Diga a eles “obrigado por tudo que você fizeram por mim”.

Agradeça também as coisas simples do dia a dia: o cobrador do ônibus, a faxineira do seu trabalho, a pessoa que te serviu na lanchonete, a atendente do balcão de alguma loja… seja grato.

Ai vem a pergunta: “Mas e se eu for grato, educado com as pessoas, e elas não retribuírem? O que fazer?”

A resposta é: Faça para Jesus. Não faça esperando que as pessoas te devolvam… faça sabendo que Deus está vendo cada atitude tua, em cada minuto do seu dia, Ele te devolverá, Ele é fiel e justo e nunca vai deixar passar desapercebido uma atitude boa e correta que fizermos, mesmo que demore (aos nossos olhos) para ter “retorno”, tudo, absolutamente tudo que “plantarmos” vamos “colher”.

“Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas.” (Mateus 7:12)

Faça para os outros o que você quer que façam a você. Você verá como Deus é justo. E como a Palavra dEle não mente jamais.

Que Deus te abençoe e possa te dar sabedoria para sempre ter um coração grato.

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