quinta-feira, 25 de novembro de 2010

RETIRAR AS MÁSCARAS É UM ATO DE CORAGEM

A maldade do homem procede de muitas maneiras mas sempre esta contida através de seus sentidos e no falar o elemento de ligação e o mais perverso. Os olhos , os ouvidos , o tato , a escuta , o cheiro são os elementos sensoriais de ligação do homem com o mundo . Somos através dos sentidos , como o exercemos e como os captamos . (Provérbios 6; 12 a 19)

Qualquer distorção destes elementos pode gerar grandes dificuldades de avaliação do próximo e do mundo que nos rodeia. Porque todos recebem informações neurais e psicológicas internamente segundo o histórico de vida de cada um e estes são projetados, lançados fora, para o mundo.

Tudo acontece de dentro para fora num ciclo constante – dentro – fora- dentro. Por isto cada indivíduo capta uma situação, um sentimento, um objeto, um episódio, de acordo com a sua percepção sensorial, levada ao cérebro através das conexões neurais elaborando o pensamento, para o bem ou para o mal. Um mesmo fenômeno pode ser apreendido de diferentes maneiras e interpretado segundo os pensamentos que simultaneamente constroem a personalidade do indivíduo.

Se há maldade no interior, suas reações serão vistas pelo proceder do indivíduo, entretanto se há um desejo consciente de demonstrar ” boas intenções”, a máscara entra em ação.

Porque de boas intenções o mundo esta cheio. Vivemos num mundo em que as pessoas estão mascarados que tentam se mostrar Generosos, piedosos, moralistas, simpáticos, amáveis, mas seu coração esta cheio de malícia, oportunismo, complexos de inferioridade, manipulação, são os enganadores natos.

Usam capas, disfarces, escapes que sempre estão encobertando a verdade. Portanto a máscara quase sempre esconde a mentira , a identidade verdadeira da pessoa, o fato ou a circunstância que a envolve.

Dificilmente estes mecanismos são inconscientes, somente se há grande comprometimento mental ou em crianças cujo raciocínio lógico ainda não emergiu. “ seis coisas o senhor aborrece , e a sétima a sua alma abomina :olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal,testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre os irmãos.”

Podemos afirmar que nenhum homem deixou de usar algumas máscaras ao longo de sua vida. Por medo, insegurança, orgulho, sejam quais forem os motivos elas garantem uma certa estabilidade. Não fomos preparados para sermos transparentes em função deste mundo tão ameaçador, o homem tenta se proteger através delas.

O perigo maior é fazer delas uso comum e constante tornando-as mecanismos neuróticos de sobrevivência.

É preciso visão profunda da alma humana, percepção apurada para sentir imediatamente quando alguém esta tentando se equilibrar nelas e muitas vezes trocando de contínuo para não ser pego. Diante de um profissional experimentado ou de pessoas que tenham sensibilidade no espirito, logo elas caem, as vezes nas horas mais inesperadas deixando o sujeito totalmente constrangido e desnudo.

Neste caso preferem ficar em silêncio o que também é uma máscara, no mutismo escondem o real sentido do que pensam. Outras vezes, simplesmente desmontam.

A máscara proclama a mentira ou esconde a verdade !

Algumas máscara são usadas ainda hoje e são vistas ao longo das escrituras, por isto mesmo são comuns desde o princípio da humanidade.

1) a máscara da piedade

O apóstolo Paulo, ensinando sobre a doutrina da nova aliança , diz que devemos ser ousados em vez de agir como moisés que pôs um véu sobre a face para que as pessoas não atentassem para a glória desvanecia em seu rosto. Quando moisés subiu o monte sinai para receber as tábuas da lei, ao regressar , seu rosto brilhava.

As pessoas não podiam olhar para ele. Então, ele colocou um véu em sua face para que as pessoas pudessem se aproximar e falar com ele. Mas houve um momento em que moisés percebeu que a glória estava acabando.

Ele não precisava mais usar aquele véu, porém não o tirou. Talvez tentando impressionar pessoas com seu privilégio, com a honra que o senhor lhe propiciou. Muitos cristãos tentam apresentar uma espiritualidade que não possuem. Querem se mostrar mais piedosos do que são em realidade.

2) a máscara da autoconfiança

O apóstolo Pedro era um homem impulsivo . Falava para depois pensar. Quando Jesus declarou que seus discípulos iriam se dispersar, duvidar, Pedro foi logo dizendo que ainda que todos o abandonassem, ele jamais o faria. Estava pronto para ir para prisão ou até mesmo morrer por Ele.

Pedro julgou-se forte porém naquela mesma noite dormiu, quando Jesus pediu para ele vigiar abandonou a Jesus e juntou-se na roda dos escarnecedores negando-o. A máscara da auto confiança caiu quando Jesus olhou para ele. Então, Pedro caiu em si, se vergou e chorou.

3) a máscara do legalismo

Um legalista é crítico, inflexível mas magnânimo consigo, ele enxerga um cisco no olho do outro mas não tira a trave de do seu, vive de aparências, não se expõe. Os fariseus eram legalistas, fiscalizavam a vida alheia mas não cuidavam de sua intimidade com Deus.

Jesus os comparou com sepulcros caiados, limpos por fora, mas mofados por dentro, eram hipócritas, apenas representavam uma fé religiosa. A vida cristã é uma contínua remoção das máscaras. Como pessoas bem ajustadas, retirar as mascaras é um ato de coragem pela busca da coerência e transparência para vivermos libertos.

CONCLUSÃO

O espírito precisa ter liberdade em nosso ser para remover os entulhos, as pedras, os espinhos para sermos transformados de glória em glória até atingirmos a estatura de Cristo , o varão perfeito na eternidade.

Heloisa Mitke

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