quarta-feira, 21 de julho de 2010

CURADAS SEJAM AS SUAS MUITAS FERIDAS

Certa ocasião, Jesus foi convidado (Lc. 7:36-50) para comer na casa de um fariseu, teoricamente um homem resolvido, um homem que conhecia a palavra de Deus como ninguém.

Este homem abriu as portas da sua casa para Jesus, mas não abriu as portas do seu coração, porque a porta de entrada da alma estava bloqueada com entulhos e não havia disposição da parte deste homem para remover as cinzas e os destroços causados pela vida, o que não permitia o Espírito Santo de Deus caminhar (Ne. 2:13-17).
O convite do Espírito Santo é que “deixemos de ser opróbrio” a sua vida não pode ser marcada pela vergonha e pelo fracasso.
O fariseu não nasceu orgulhoso, Judas não nasceu traidor, Saul não nasceu invejoso, os filhos de Eli não nasceram gananciosos, o Gadareno não nasceu violento, Nabal não nasceu inflexível foram os destroços da vida que trouxeram este lixo para a vida destes homens.

Existem coisas no nosso interior que só nós conhecemos, as pessoas quando nos conhecem superficialmente nos vêem como pessoas “bonitas”, quem visse Saul pensaria o mesmo, só convivendo que descobrimos o interior, esta é a razão porque muitos casamentos viram ruínas.

Quem visse Judas olharia para o seu título de discípulo e tesoureiro de Jesus e não reconheceria os entulhos do seu interior. São os famosos sepulcros caiados pessoas bonitas por fora, mas podres, mortas por dentro. (Mt. 23:27)

Entrou naquela mesma casa uma mulher que nem havia sido convidada, ela parecia podre por fora, mas era tão bela quanto o vaso de alabastro (mármore translúcido), que segurava em suas mãos, seus erros foram graves, mas estava disposta a ser restaurada completamente.

O vaso de alabastro era um recipiente precioso, um material precioso para ser cheio do perfume mais precioso ainda. O vaso era valorizado pelo que havia no interior, era transparente mostrava o que continha, Deus quer homens transparentes que transmitam a glória de Deus...
Adão ficou opaco no momento em que tentou se esconder de Deus perdeu o conteúdo e se encheu de entulhos. Os sentimentos que mais escondemos são: “inveja, raiva, ódio, orgulho, consciência cauterizada para pecados”.

Esta mulher se aproximou de Jesus para expor suas dores mais ocultas, para ser curada e preenchida do mais precioso perfume. Só podemos receber do novo quando nos esvaziamos diante de Jesus. Aos pés de Jesus aquela mulher derramou suas angustias, dores, lágrimas, vexame, as cinzas da sua vida, a vergonha.

O que são as cinzas?

“E a por sobre os que estão em Sião uma coroa em vez de cinzas...” (Is. 61:3).

O que são cinzas? Tudo aquilo que um dia foi destruído nos levando ao vexame como foi o caso do muro que cercava Jerusalém, que era motivo de orgulho e se tornou motivo de vergonha com as pedras em cinzas. Algo que era sólido se tornou ruínas.

Um dia esta mulher foi honrada, ela não nasceu prostituta, você não nasceu com as falhas de caráter ou indisciplinado. O nosso inimigo vem contra nós para matar, roubar e destruir e não existe forma melhor do que mandar o fogo da aflição para destruir a confiança, a fé, a alegria, a paz e a honra.

O fogo que te destrói não é o mesmo que me destrói, ele só trabalha em áreas de nossa vida com alto poder de combustão.

Quais as áreas em sua vida que hoje são apenas cinzas?

Deus é poderoso para pegar as cinzas e atar o fogo novamente.

O candelabro no tabernáculo e no Templo ardia durante 24 horas no final deste período a chama já estava fraca quase apagando o pavio estava em cinza, mas ainda havia uma parte boa, era só permitir o corte da tesoura de ouro para que o pavio voltasse a sua força total. Satanás nunca destrói até o final, aliás, a melhor parte da sua vida está intocável.

Aquela mulher ao chorar estava mostrando todas as suas cinzas para Jesus. No (Sl. 102) temos o retrato de uma pessoa ferida sem apetite, com insônia, solitária, (Sl. 102:4-9) perdeu a alegria, se alimenta das palavras e dores do passado dominada pelas cinzas (2 Co. 4:8). “Em tudo somos abatidos, porém não destruídos”, cinzas é um estado de abatimento, por esta razão Jó estava sentado em cinzas. (Jó 2:8).

Seu título daquela visitante inoportuna “era a pecadora”, “a prostituta”, mas existem tantas formas de se prostituir, não é só com o corpo que prostituímos, mas prostituímos nossa alma. Aquele fariseu por sede de poder estava se prostituindo, chamou Jesus sem amá-lo, chamou por conveniência e orgulho.

Esta mulher há muito tempo já vinha acompanhando Jesus, e diante da menor oportunidade entrou sorrateiramente na casa de um fariseu onde se encontravam, homens que se diziam curados e santos, mas precisavam de restauração tanto quanto aquela mulher, eles estavam cheirando a queimado, a destruição, mas tentavam disfarçar com perfumes baratos (disfarçar com o título de fariseus o cheiro de queimado, outros disfarçam com o título de casados...).

Aquela mulher entendeu que a única forma de ser restaurada seria se aproximar de Jesus e se expor. Ela se posicionou humildemente por detrás de Jesus jogando aos Seus pés toda a sua riqueza, todo o fruto do seu pecado para poder receber o novo de Jesus, para o mundo o que ela derramava era uma conquista, mas não para ela, aquela conquista tinha sido a custo de muita destruição interior. O que era precioso aos olhos do mundo era fonte de feridas.

Por que ela tinha um vaso de alabastro sendo uma prostituta? Moças de família tinham vaso de alabastro como parte do dote, isto mostra que seu desejo era casar, ter família...

Jesus não sentou a mesa, mas como de hábito se reclinou, esta mulher ficou aos seus pés por trás, ela não queria ser vista, mas só tocar em Jesus e jogar suas dores através do pranto.
Quanta dor, quanta desesperança, quanta vergonha, quanta humilhação, quantas cinzas!
(Sl. 56:8) ao mesmo tempo em que chorava, enxugava com seus cabelos, beijava os pés e ungia com ungüento: A cura veio através da adoração.

O mesmo ocorreu com o leproso em (Mc. 2), ele tinha sobre si trapos para esconder suas feias e purulentas feridas, trapos de imundícia, mas os retirou e expuseram diante de Jesus todas as suas feridas, toda a podridão que os panos tentavam esconder.

Ela se prostrou aos pés de Jesus, pés que estavam sujos com a poeira do mundo, porque Ele caminhou sobre esta terra ferida pelo fogo da aflição, para que pudéssemos vencer nesta terra maldita e não mais fossemos pó e alimento da serpente.
Ela adorou diante dos pés daquele que teria seus pés dilacerados e feridos para pisar a serpente que tanto mal fez em sua vida.

Como o fariseu sabia que aquela era uma mulher pecadora? Só se ele fosse seu freguês ou passasse por onde as prostitutas ficavam.

O fariseu disse em sua mente que se Jesus fosse profeta saberia quem e qual mulher era esta mulher, mas quem e qual tipo de homem era ele? Somos prontos a julgar, e por que não nos deixamos ser julgados por Deus?

No Versículo 40 Jesus com amor expôs a podridão de Simão, sua superficialidade, sua frieza, seu orgulho... Você não me deu óleo, mas ela por sua vez me deu bálsamo.

Jesus estava na casa de Simão, mas nenhuma transformação ocorreu naquele que tinha titulo de religioso.

Perdoados são os seus muitos pecados e curadas sejam as suas muitas feridas na alma.




p/: Pra. Nayra Pedrini da Silva

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