O dia 1º de abril é marcado como sendo o dia da
mentira. Não se sabe ao certo quando se deu o início dessa “comemoração” mas
hipóteses têm sido levantadas.
Alguns
acreditam que a origem está ligada com a adoção do calendário cristão, no
século XVI, que mudou o primeiro dia do ano para 1° de janeiro e não mais 1° de
abril, como era até então. Outros explicam o dia da mentira através da
mitologia nórdica, a qual consagrava o dia 1° de abril a Loki, o deus das
trapaças.
Loki (também conhecido como Loke ou possivelmente Lothur)
é um deus ou
um gigante
da mitologia nórdica. Deus do fogo, da trapaça e da
travessura (“esse pseudo deus nos é muito familiar” não é mesmo....), também
está ligado à magia e pode assumir a forma que quiser. Ele não pertence aos Aesir, embora viva com
eles. É frequentemente considerado um símbolo
da maldade,
traiçoeiro, de pouca confiança; e, embora suas artimanhas geralmente causem
problemas a curto prazo aos deuses, estes frequentemente se beneficiam, no fim,
das travessuras de Loki. Ele está entre as figuras mais complexas da mitologia
nórdica.
Ele possui um grande senso de estratégia e usa suas habilidades
para seus interesses, envolvendo intriga e mentiras complexas. Sendo um misto
de deus e gigante, sua relação com os outros deuses é conturbada.Segundo as
lendas nórdicas ele iria liderar um exército no Ragnarok. Entretanto, ele é
respeitado por Thor.
Ele também ajuda Thor a
recuperar seu martelo Mjölnir, roubado pelos gigantes, obtém alguns dos artefatos
mais preciosos dos deuses - como a própria Mjölnir,
a lança de Odin, Gungnir, os cabelos de ouro de Sif e o navio mágico de Freyr, Skidbladnir.
As referências a Loki estão no Edda em verso,
compilado no século XIII a partir de fontes tradicionais, no Edda em prosa
e no Heimskringla,
escrito no século XIII por Snorri Sturluson.
Ele também aparece nos Poemas rúnicos, a poesia dos escaldos,
e no folclore escandinavo. Há teorias que conectam o personagem com o ar ou o
fogo, e que ele pode ser a mesma figura do deus Lóðurr, um dos irmãos de Odin. O
compositor Richard Wagner apresentou o personagem com o
nome germânico Loge em sua tetralogia de óperas Der Ring des Nibelungen. Entretanto, essa
variação do nome na realidade diz respeito a outro personagem nórdico, o
gigante de fogo Logi, o que reforça sua relação com o fogo.
Já no Brasil, a primeira referência histórica a
essa data remonta ao tempo do império, mais particularmente em 1848. No
dia 1° de abril daquele ano, na cidade pernambucana de Olinda, teria sido
publicado um jornal intitulado “A Mentira”, cuja matéria de capa anunciava a
morte de Dom Pedro. Essa manchete, é claro, foi desmentida no dia seguinte.
A data é lembrada no mundo todo e até mesmo meios
de comunicação de respeito e prestígio aproveitam o dia para noticiar mentiras
como uma maneira de brincar com o público.
Alguns, entretanto, apregoam a prática da mentira
não somente como zombaria, mas também como sendo uma opção filosófica. Um
exemplo é a atual adoção do relativismo e a consequente desqualificação dos
valores absolutos. Guiados por esse pensamento, há aqueles que defendem a
mentira como sendo a opção pelo mal menor, ou seja, se a verdade trará consigo
implicações desastrosas, a mentira pode ser justificada.
A raiz disso é muito
antiga, pois no século XIII, Tomás de Aquino já classificava a mentira em três
categorias: jocosa, perniciosa e benevolente; em termos atuais seria como dizer
que existe “mentira”, “mentirinha” e “mentirona”. Por esse prisma, as
“mentirinhas” podem, então, ser facilmente toleradas ou até adotadas como prática
usual. Os americanos têm até uma expressão para isso; eles as chamam de
“mentiras brancas”.
Quer brincando, quer falando sério, a prática da
mentira é quase tão antiga quanto a própria existência humana. O “quase”
é porque Deus não criou um ser mentiroso e sim santo e destinado a verdade, mas
a mentira foi uma opção do ser humano ao se desviar do propósito de Deus para
sua vida. Apartado do seu Criador, ele agora não consegue fazer uma distinção
clara daquilo que é mal e por consequência, torna-se prisioneiro da mentira (Is 59.1-3). O rei Davi, ao descrever
os homens que não conhecem a Deus chega ao ponto de dizer que eles “se deliciam
com a mentira” (Sl 62.4).
O ser humano, em sua situação natural de ignorância
pode ser personificado em Pilatos que ao interrogar Jesus perguntou: “Que é a
verdade?” (Jo 18.38) Mal sabia ele
que o Mestre já havia respondido essa pergunta antes, quando afirmou: “Eu sou o
caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (Jo 14.6) Através de sua morte e
ressurreição, Jesus deu condições para que os olhos humanos fossem abertos a
fim de enxergarem a verdade, afinal.
Ao ver a realidade dos seus próprios pecados e a
liberdade que existe em Jesus, o ser humano pode imitar seu Senhor e passar a
andar em uma vida nova (Rm 6.4).
Agora, transformado em filho de Deus, ele deixa a mentira de lado e fala
somente a verdade (Ef 4.26) tendo
como motivação principal o amor (Ef
4.15).
Sob essa ótica, todos os dias humanos são como dias
de mentira, mas com Cristo, todos os dias passam a ser dias de verdade, pois
ele agora tem discernimento da verdade.
Fonte: Rev. Ms. Fernando de Almeida
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