Assim como este brilhante texto edificou as nossas vidas, estamos compartilhando com cada pessoa que neste momento encontra-se em seu deserto particular. (MCJ)
“O deserto é a estação de tratamento da alma. É um lugar solitário, de poucos amigos, onde tudo é sob medida.”
“E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não". (Dt 8.2)
Logo que cheguei ao deserto, fui tomado de confusão, frustração, medo, suspeita, solidão, falta de ânimo e raiva. Como vim parar aqui ?
Este não era o lugar do meu destino! No entanto, eu vivia clamando a Deus, rasgando diante dele o meu coração, pedindo-lhe que me purificasse dos pecados ocultos, que limpasse o vaso, removendo tudo que impedisse sua glória em minha vida. Desconhecia, no entanto, o processo que Deus usaria para que tudo isso acontecesse comigo. Cada pessoa tem um deserto diferente, sob circunstâncias também diferentes.
"Eis que, se me adianto, ali não está; se torno para trás, não o percebo. Se opera à esquerda, não o vejo; esconde-se à direita, e não o diviso" (Jó 23:8, 9).
Não é assim que você chora ? Você almeja ouvir a Deus e tudo o que consegue é ouvir apenas um grande silêncio! Você ora, e sua oração não passa do teto.
Completamente frustrado, você se lembra de quando, em completa frustração, apenas balbuciava o nome de Deus, e sua presença imediatamente se manifestava. Mas, agora, no deserto você grita: "Deus! Onde estás?" E, como Jó, olha para todos os lados procurando Deus e não o percebe. Você nem enxerga o que Deus tem feito a seu favor.
Bem-vindo ao deserto! Fique sabendo, no entanto, que você não está sozinho, mas em boa companhia.
A lista de viajantes do deserto é extensa, pois o deserto é o lugar por onde passa todo filho de Deus. Gostaríamos de evitá-lo; procuramos um atalho ou desvio, mas eles não existem. A rota da terra prometida passa, inevitavelmente, pelo deserto, e a terra não poderá ser conquistada se não o atravessarmos. Se quisermos entrar na terra prometida, precisamos entender o tempo em que vivemos.
Conhecendo os Tempos
"Dos filhos de Issacar, conhecedores da época, para saberem o que Israel devia fazer..." (1 Cr 12:32).
Por conhecerem o tempo de Deus, os filhos de Issacar sabiam o que deviam fazer, o passo a seguir. Aqueles que entendem os tempos e as épocas do Espírito de Deus por certo conhecerão o que Deus quer fazer, e lhe obedecerão. Por outro lado, aqueles que desconhecem os tempos e as épocas de Deus, não saberão o que Deus está tentando realizar na vida deles e, consequentemente, não agirão corretamente. Jesus fala desse tema em(Lucas 12:54-56):
"Disse também às multidões: Quando vedes aparecer uma nuvem no poente, logo dizeis que vem chuva, e assim acontece; e, quando vedes soprar o vento sul, dizeis que haverá calor, e assim acontece. Hipócritas, sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu e, entretanto, não sabeis discernir esta época?" (Lucas 12:54-56).
Você sabe que o agricultor não colhe na época do plantio. É óbvio que ele tem de semear na época do plantio para poder colher na época da sega. O plantio na época certa é crucial para se obter uma boa colheita. Se o agricultor plantar antes ou depois do tempo, não terá uma boa colheita, pois as sementes lançadas na terra precisam adequar-se ao solo e ao clima para se desenvolverem. A humidade e o calor, a geada e o frio virão antes da época da colheita.
Para usufruir tudo o que o Criador coloca a seu dispor, o agricultor precisa entender os tempos e as épocas. Ele sabe a hora de semear, quando arar e o momento certo de colher. O mesmo acontece com a Igreja: estamos nos preparando para uma grande colheita, e para recebermos os benefícios dos cuidados de nosso Supremo Agricultor, Jesus, temos de conhecer os tempos e as épocas. Queremos colher, mas a época da sega não chegou; o agricultor ainda está limpando a terra e podando os ramos.
Jesus repreendeu os judeus por procurarem as coisas erradas na hora errada. O Deserto Não é Lugar de Punição e de Reprovação.
Neste momento, trataremos do que é e o que não é o deserto. Falaremos do propósito, benefícios e juízos que daí advêm. Oro a Deus a fim de que os exemplos, ilustrações e as palavras instrutivas que o Espírito Santo me levou a compartilhar com você o ajudem a caminhar sabiamente nesta terra, durante o tempo de deserto pelo qual você terá de passar.
Tomemos como exemplo a nosso Senhor Jesus, que enfrentou com sucesso os dias de seu treinamento no deserto.
Em (Lucas 3:22), o Espírito Santo desce sobre Jesus na forma visível de uma pomba, e ouve-se o Pai proclamando: "Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo". Ele não apenas proclamou para que todos soubessem que Jesus era seu Filho; Deus fez questão de anunciar que tinha prazer nele. Mesmo assim, em (Lucas 4:1), "Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto".
Só esse fato deveria lembrar-nos que a razão de sermos levados para o deserto não é porque fomos desaprovados ou porque estamos sendo punidos por Deus. Jesus foi aprovado por Deus e levado ao deserto! Precisamos deixar isso bem claro logo no início deste texto. Esse é um assunto que precisa ser compreendido antes de prosseguirmos adiante!
Outro ponto que tem de ser entendido é que Deus não trouxe você para o deserto deixando-o sozinho e tornando-o alvo fácil para a ação de Satanás. A segunda geração dos filhos de Israel que viveu no deserto recebeu de Deus a seguinte promessa: "Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos..." (Dt 8:2)
Entenda bem: o Senhor não para de agir em nossa vida só porque estamos no deserto. Ele nos conduz por ele, e sem ele nunca chegaríamos ao outro lado!
Além do mais, o deserto não é um lugar onde somos deixados, "como numa prateleira", até que ele volte a nos usar. Não é assim que Deus age conosco. Ao contrário, o deserto é um período de tempo no qual ele age em nós constantemente. Você conhece a expressão "não se vê a floresta através das árvores"? Da mesma forma se dá com o deserto: é difícil ver a mão de Deus agir em nós quando estamos nele.
O terceiro ponto que deve ficar bem claro é este: o deserto não é lugar de derrota, pelo menos para aqueles que obedecem a Deus! Jesus, fraco e faminto, sem ninguém a quem recorrer e sem ninguém que o encorajasse; sem nenhum conforto ou manifestação sobrenatural, durante quarenta dias, foi atacado pelo diabo no deserto. Jesus derrotou o diabo usando a Palavra de Deus.
O deserto não é o lugar de onde os filhos de Deus saem derrotados; é lugar de vitória. Como diz a Escritura: "Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo..." (2 Co 2:14 ).
Enquanto peregrinava no deserto, o povo de Israel era constantemente hostilizado pelas nações ao redor. A ordem era: lutem! Os israelitas derrotaram os amorreus (Nm 21:21-25), os midianitas (Nm 31:1-11) e o povo de Basã (Nm 21:33-35).
Se o propósito de Deus para com eles fosse a derrota, não ordenaria que defendessem sua posição. No entanto, muitos não conseguiram entrar na terra prometida, morreram antes. Não era isso o que Deus pretendia; as mortes ocorreram por causa da desobediência do povo.
O que é o deserto?
Chegou a hora do aperfeiçoamento do caráter, e é no deserto que isso ocorre... No deserto, parece que Deus está a milhares de quilômetros de nós e que suas promessas são inatingíveis. Na realidade ele está ali, bem junto de nós, pois prometeu que jamais nos abandonaria (Hb 13:5).
O deserto é um período em que você tem a impressão de que está andando na direção contrária a tudo que sonhou, distanciando-se cada vez mais da promessa divina. É uma fase em que você percebe que não cresce nem amadurece. De fato, parece que você está retrocedendo. A presença de Deus parece diminuir. Sente que não é amado e acha que ninguém olha para você. Mas não é bem assim.
No deserto, você recebe o "pão de cada dia", e não a "abundância de riquezas". É um tempo em que nada lhe falta para o suprimento físico e material, mas você não ganha tudo o que quer. Deus sabe do que você precisa para o suprimento espiritual, e nem sempre ele dá o que você acha que precisa!
É no deserto que o fruto do Espírito é cultivado e irrigado. O intenso desejo de conhecer o Senhor nos leva a caminhar seguindo os seus passos. Paulo não tinha como objetivo de vida edificar um grande ministério; tudo o que almejava era conhecer a Jesus de forma mais íntima e, acima de tudo, agradar-lhe!
O deserto é um lugar de secura. Pode ser secura espiritual, financeira, social ou física. É no deserto que recebemos de Deus o "pão de cada dia", não a "abundância de riquezas". Ele supre nossas necessidades, porém não nos dá aquilo que desejamos. Afinal, o objetivo do deserto é o nosso aperfeiçoamento.
Nosso alvo deve ser conhecer melhor o Senhor, e não apenas viver em busca de suas provisões. Assim, quando tivermos em abundância, reconheceremos que foi o Senhor quem nos deu. Ele nos concede abundância de sua graça, para confirmar a sua aliança. (Dt 8:12-18).
Extraído de Vitória no Deserto de John Bevere
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