Falarei aqui a respeito do décimo mandamento, que trata a respeito da cobiça: “Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo”. (Êxodo 20:17).
O que é cobiçar? “É um desejo ávido, veemente, de possuir bens materiais; ambição desmedida de riquezas.” Paulo diz que a avareza é idolatria (Colossenses 3:5). Enquanto o segundo mandamento (que fala da idolatria) nos adverte a não tornar as coisas mais importantes do que Deus, o décimo diz que não devemos torná-las também mais importantes que as pessoas.
O que é mais importante para você? Pessoas ou coisas?
Uma manhã, na hora do “rush”, quando Maria ia de carro para o trabalho, estando muito perto do carro da frente, não conseguiu parar a tempo quando o motorista da frente pisou no freio, e bateu no para-choque.
Os dois carros pararam. Maria saiu, observou os prejuízos e começou a chorar. Ela sabia que a culpa era dela. Acontece que o seu carro era novinho em folha, comprado há apenas dois dias.Como é que ela iria encarar o marido? O outro motorista foi simpático, mas sugeriu que ambos anotassem a placa e o documento um do outro.
Maria então abriu o porta-luvas do carro para pegar o documento. Ao pegá-lo, viu um bilhete anexo, escrito com uma letra conhecida: “Em caso de acidente, lembre-se, querida, é você que eu amo, não o carro”. Isso é bondade no momento certo, você concorda? Esse é o amor que valoriza pessoas, e não coisas.
Muitas pessoas pensam que o acúmulo de coisas trará a felicidade a elas: um carro novo, roupas novas, móveis novos, computador novo, etc. O problema é que o sistema capitalista sabe muito bem disso e criou uma estratégia de manter-nos “aprisionados” na compulsão pelas compras.
O que era para ser um carro novo já não é mais , eles criam um modelo mais novo no mesmo ano. O computador novo? Esse aí perde o valor bem mais rápido do que a gente imagina! E a chamada “moda”? Faz com que sobrecarreguemos nossos armários com roupas, enquanto milhares de pessoas não têm o que vestir.
O que era para ser um carro novo já não é mais , eles criam um modelo mais novo no mesmo ano. O computador novo? Esse aí perde o valor bem mais rápido do que a gente imagina! E a chamada “moda”? Faz com que sobrecarreguemos nossos armários com roupas, enquanto milhares de pessoas não têm o que vestir.
Além do mais, hoje as coisas estão praticamente descartáveis, justamente para fazer comprar mais. Resultado: uma prisão chamada cobiça. Nessa era materialista, as pessoas têm vivido dois grandes dilemas: a ansiedade de ter e o tédio de possuir. Elas sonham desesperadamente em ter coisas; mas quando as possuem, pensam: “Puxa que chato.
Já consegui tudo o que queria. Como vou cuidar dessas coisas? Preciso de mais!”. Percebeu como somos inconstantes nas “coisas materiais”? Não seria bom seguirmos o conselho de Jesus, de buscarmos acumular tesouros no banco dos Céus? (Mat. 6:20), pois “onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”. (Mateus 6:21).
Já consegui tudo o que queria. Como vou cuidar dessas coisas? Preciso de mais!”. Percebeu como somos inconstantes nas “coisas materiais”? Não seria bom seguirmos o conselho de Jesus, de buscarmos acumular tesouros no banco dos Céus? (Mat. 6:20), pois “onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração”. (Mateus 6:21).
A raiz da cobiça encontra-se num coração que busca a satisfação do próprio ego. Esse ego encontra-se sempre vazio, insatisfeito, pois imagina que poderá ser preenchido com coisas. Ele não suporta ver o “sucesso” alheio; quer “ser” e “ter” as coisas do outro. A cobiça, então, procede de um amor excessivo ao eu e não ao próximo. Poderíamos chamar esse amor de “autolatria”, ou “egolatria”.
A Bíblia diz em (Lucas 12:15) “E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui.”
“Um velho pregador, num culto de oração, orava da seguinte maneira:
- Senhor, ajuda-nos a confiar-Te nossos corpos.
- “Amém”, responderam todos com o mesmo calor de sempre.
- Senhor, ajuda-nos a confiar-Te nosso casamento.
- “Amém”, responderam mais fervorosamente os irmãos da igreja.
- Senhor, ajuda-nos a confiar-Te nosso dinheiro.
A esta petição, porém, o amém não saiu dos lábios de ninguém.”
Não é estranho ver que, quando a religião toca nos bolsos de algumas pessoas, esfria nelas o entusiasmo e faz emudecer os lábios? Deveríamos ter a mesma postura daquele homem que entrou no tanque batismal com a carteira no bolso. O pastor perguntou-lhe: “O irmão esqueceu de tirar a carteira do bolso?” “Não, pastor”, respondeu o batizando, “estou consagrando meu dinheiro a Deus também.
A cobiça e a ganância precisam ser sepultadas”. Esse homem conhecia o texto de (I Timóteo 6:10), que diz: “Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.”
Quando John Rockefeller, um dos homens mais ricos da história, morreu, seu contador foi interrogado: “Quanto John deixou?” A resposta do contador: “Tudo”.
Salomão escreveu: “Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará”. (Elesiastes 5:15).
Confundimos a qualidade das pessoas pelos bens que elas possuem. E talvez você seja assim. Mas quem você é não tem nada a ver com as roupas que você usa e o carro que você dirige. Deus não conhece você pelo terno que usa ou pelo vestido de marca. Ele conhece o seu coração.
Costumamos falar sobre a quebra de alguns mandamentos específicos, como o adultério, o assassinato. Mas pouca atenção é destinada a alguns mandamentos que são mais subjetivos, como por exemplo, o décimo.
“O maior pecado que há presentemente na igreja é a cobiça.” “O orgulho, o egoísmo e a cobiça… são pecados especialmente ofensivos a Deus.”
Sabe por que a cobiça é tremendamente ofensiva a Deus? Por que ela teve o seu início misterioso no coração de um anjo que cobiçou a posição de Jesus, o Filho de Deus. Ela teve a capacidade de transformar anjos em demônios.
A cobiça, tal como uma erva daninha, corrompe as entranhas da moral e modifica o caráter puro em um caráter degradado. Deus não suporta esse pecado porque ele não é, a princípio, materializado; mas é produzido nos recônditos do coração, quase imperceptível, onde nenhum ser humano consegue enxergar. Como o orgulho e a inveja, são desenvolvidos “debaixo dos panos” da alma.
Faça uma análise em seu coração, com a ajuda do Espírito Santo, e veja se existe alguma semente de cobiça ali. Talvez você esteja cobiçando posições, status, pessoas, dinheiro, coisas, bens, etc. Não sei… Mas Deus sabe. Por que você não pede para Deus queimar esse mal e destruir esse pecado que é tão ofensivo a Deus?
Encobrindo o pecado
A Bíblia diz em (Provérbios 28:13) “O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia.”
Esse texto nos faz lembrar a história de um homem que encobriu a sua cobiça. O nome dele era Acã. Ele pertencia à tribo de Judá e participou da vitória de Israel contra Jericó. Foi uma batalha memorável, na qual o nome de Deus foi exaltado. Mas junto com a vitória veio a advertência: “Tão somente guardai-vos das coisas condenadas, para que, tendo-as vós condenado, não as tomeis; e assim torneis maldito o arraial de Israel e o confundais”. (Josué 6:18).
Todos em Israel sabiam que não deveriam colocar a mão nos despojos da guerra. Ouro, prata, utensílios de bronze e ferro deveriam ser consagrados ao Senhor. Mas Acã deu um “jeitinho” de levar algumas riquezas para a sua tenda. Ele mesmo disse: “Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma barra de ouro do peso de cinquenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata, por baixo.” (Josué 7: 21).
Que escolha trágica! Acã encobriu a transgressão e colheu os resultados disso. Trouxe maldição para todo o Israel, para a sua família e para sua própria vida. Ele e tudo quanto possuía tiveram que ser exterminados, a fim de trazer Israel novamente para uma base sólida de santidade e justiça (Jos. 7:25 e 26).
(Tiago 4:1-2) diz: “Donde vêm as guerras e contendas entre vós? Porventura não vêm disto, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais e nada tendes…”
Dar ou receber?
O oposto da cobiça é dar. Em vez de olharmos para o próximo e cobiçarmos seus bens ou suas posses, por que não lhe oferecemos essas coisas? Por que não lhe damos o nosso tempo, nossos bens e nossa felicidade? Não é isso o que a Bíblia diz: “Mais bem-aventurado é dar que receber”? (Atos 20:35).
“Viver para si mesmo é perecer. A avareza, o desejo de beneficiar a si próprio, priva a alma da vida. É de Satanás o espírito de ganhar e atrair para si. De Cristo é o espírito de dar e sacrificar-se em benefício dos outros”.
Jesus é o melhor exemplo nesse aspecto. Ele não apenas morreu pela humanidade, mas viveu por ela. Viveu para servir e dar amor ao próximo. Paulo escreveu: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Filipenses 2:5-8).
Jesus se esvaziou e assumiu a forma de servo, a ponto de dar a própria vida numa cruz. Não existe maior exemplo de amor e serviço que este! Jesus preferiu morrer a passar a eternidade longe de nós. E se Ele foi capaz de fazer isso, por que não buscamos seguir uma vida de amor a Deus e ao próximo assim como Ele fez?
Ninguém nesse mundo cumpriu a Lei perfeitamente como Jesus. Somente Ele foi capaz de amar a Deus acima de todas as coisas e amar ao próximo como ele merece. Se você quer seguir a honra, você precisa buscar um relacionamento pessoal com a Honra que é Jesus. Faça isso e você encontrará a real felicidade.
p/:Pr. Milton Andrade